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Só com uma política de coesão muito forte a União Europeia cumprirá com as suas responsabilidades

Só com uma política de coesão muito forte a União Europeia cumprirá com as suas responsabilidades

Em Estrasburgo, a comissária europeia Elisa Ferreira alertou que a “União Europeia só é União Europeia” se abraçar sem reservas uma política de coesão muito forte, palavras que a portuguesa espera que sejam ouvidas e entendidas pelos governos.

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Só com uma política de coesão muito forte a União Europeia cumprirá com as suas responsabilidades

Falando aos jornalistas, momentos após o Parlamento Europeu ter dado luz verde ao novo elenco da Comissão Europeia, a comissária portuguesa com a pasta da Coesão e Reformas garantiu que o principal foco da sua função é trabalhar a “favor dos europeus”, o que não implica, como acrescentou, que este objetivo seja “incompatível” em se ser e estar simultaneamente “a favor de Portugal”, um país, como recordou, que é um “excelente exemplo da importância da coesão para uma maior convergência na Europa”.

Para Elisa Ferreira, uma das principais tarefas a que pretende meter ombros é fazer compreender aos governos europeus que sem uma política de “coesão forte” só muito dificilmente a União Europeia cumprirá o seu papel, sustentando que sem os apoios dos fundos estruturais a União Europeia era apenas e só um projeto dirigido aos mais fortes, “algo que nós não queremos que aconteça”.

Quanto a eventuais cortes na política de coesão no futuro quadro financeiro plurianual de 2021-2027, lembrou que este é um tema que passou para a esfera da decisão do Conselho Europeu, na sequência da proposta original da Comissão Europeia liderada por Jean-Claude Juncker, passando a ser este órgão, que integra os chefes dos governos e de Estado da União Europeia, o responsável por acordar o orçamento pós-2020 em “conjunto com o Parlamento Europeu”, sendo que “são os países que decidem com pressão da assembleia”.

Fazendo eco com a posição defendida pelo primeiro-ministro, a comissária europeia da Coesão e Reformas aludiu que gostaria que a proposta da Comissão fosse no sentido de aumentar o orçamento comunitário, reafirmando o que António Costa tinha já dito há dias em Estrasburgo, que “é preciso que se perceba que o orçamento europeu é pouquíssimo”, sendo prova disto, como acrescentou, a luta “desenfreada” a que se assiste entre as várias instituições europeias como resultado do valor das contribuições nacionais.

Quanto à outra pasta que está sob a sua alçada na Comissão Europeia, a das Reformas, Elisa Ferreira lembrou que a tarefa que a espera nesta área é sobretudo a de ajudar os países a avançarem com as suas próprias reformas, sendo que estas iniciativas, podendo e devendo ser estruturais, não podem, contudo, “ser apenas ajustamentos de mercado de trabalho”.