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Presidente da República causa estupefação com “golpe de Estado”

Presidente da República causa estupefação com “golpe de Estado”

“Pela primeira vez, desde a criação da união monetária europeia, um Estado-membro tomou a iniciativa explícita de proibir os partidos eurocéticos” de participarem numa solução de governo, lê-se no ‘Daily Telegraph’. A comunicação de Cavaco Silva, ao anunciar a indigitação de Passos Coelho, causou estupefação no jornal britânico e desencadeou uma reação viral nas redes sociais por toda a Europa. Perante o cenário de instabilidade política, os juros da dívida soberana voltaram a subir.
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“Portugal entrou em águas políticas perigosas”. É desta forma que o editor do ‘Daily Telegraph’, Ambrose Evans-Pritchard, comenta as razões apresentadas pelo Presidente da República, Cavaco Silva, para excluir de soluções de governo em Portugal três partidos democraticamente representados no quadro parlamentar português.

A análise ao inaudito “golpe de Estado” na democracia parlamentar do nosso país assumiu, entretanto, uma dimensão inesperada, passando rapidamente das páginas do jornal britânico para as redes sociais europeias. De acordo com o jornal ‘Público’, partir de um comentário associado ao referido artigo de opinião gerou-se a hashtag satírica #PortugalCoup [Golpe de Estado em Portugal], que adquiriu já um caráter viral na rede social twitter, levando muitos utilizadores a acreditar, entre outros comentários bem-humorados, que a democracia tinha sido suspensa no nosso país, com a “ilegalização” de três partidos políticos, e que estava realmente em curso um golpe de Estado em Portugal.

Certo é que os mercados, menos dados a manifestações de humor, também já se fizeram ouvir: os juros da dívida soberana portuguesa agravaram-se e o risco subiu, ao que não será estranho o cenário de instabilidade política em torno de uma solução de governo que não reúne condições de viabilidade. 

É caso para dizer que se os critérios do Presidente da República não estão a fazer o pleno, andam lá perto.