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Governo considera Jornadas da Juventude em Lisboa uma “notícia extraordinária”

Governo considera Jornadas da Juventude em Lisboa uma “notícia extraordinária”

O Governo português considerou hoje como uma “notícia extraordinária” Lisboa receber a próxima edição das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), admitindo que o país nunca recebeu um evento desta dimensão.
Foto de João Paulo Rebelo

“Estamos a falar do maior evento de juventude que há no mundo, eu não sei mesmo se alguma vez em Portugal recebemos algo parecido com isto e, portanto, é uma notícia extraordinária”, afirmou à agência Lusa o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, na Cidade do Panamá, onde se deslocou em representação do executivo.

“Eu diria que é de uma alegria absolutamente extraordinária para o nosso país, evidentemente para a Diocese de Lisboa, para a Câmara Municipal de Lisboa, mas claro também para o país, que vê assim reconhecida, mais uma vez, a grande capacidade organizativa que o país tem”, declarou o governante.

“Para o secretário de Estado da Juventude e do Desporto que, no desporto já sabemos que o nosso país tem sido tantas vezes reconhecido e escolhido como palco para os mais importantes eventos desportivos, agora também e numa área que tem tanto a ver com o futuro, com a esperança que são os jovens, nós podermos ter estas Jornadas Mundiais da Juventude é uma notícia absolutamente extraordinária”, declarou.

Questionado se o Governo está empenhado na concretização das JMJ, o secretário de Estado respondeu: “Com certeza que sim. Não será este Governo, será o próximo governo que estiver em funções, mas é, desde já, obviamente, um compromisso de Portugal, mais do que qualquer governo”.

Reiterando satisfação com o anúncio, João Paulo Rebelo informou que em junho próximo Portugal vai receber uma conferência mundial de ministros da juventude.

“Com o apoio das Nações Unidas, 21 anos depois, voltamos a ter uma conferência mundial de ministros, em que queremos não só os responsáveis políticos da juventude, mas também vão estar todos os países representados com delegados jovens a refletirem, sobretudo, a darem o seu contributo para o que vai ser a revisão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, adiantou.


Lisboa já teve grandes eventos mas nenhum com a dimensão de Jornadas da Juventude

O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, afirmou hoje que a capital portuguesa, que vai acolher em 2022 as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), “tem uma história grande na realização de eventos, mas nenhum com esta dimensão”.

“Nenhum desta dimensão e nenhum desta importância”, frisou à agência Lusa Fernando Medina, na Cidade do Panamá, onde hoje o Vaticano, no encerramento das JMJ, anunciou que Lisboa é a próxima anfitriã do maior evento organizado pela Igreja Católica.

O presidente do município disse que a Câmara vai agora “ter um trabalho muito grande”, em conjunto com “a diocese, com os grupos, com os jovens, com as empresas, com as associações”, com todos os que vão “fazer de Lisboa uma grande capital em 2022”.

Fernando Medina garantiu que a capital portuguesa fará os “investimentos necessários” para a concretização das JMJ em 2022.

“Faremos os investimentos necessários a esta organização e que subsista, também, uma marca na cidade deste evento que perdure ao longo do tempo, é isso que vamos fazer”, afirmou.

Questionado sobre os custos que uma iniciativa como esta, considerada a maior da Igreja Católica, podem ter no município, Fernando Medina frisou que as JMJ têm, “acima de tudo, um impacto simbólico e um impacto social, de cidadania e político que não tem contabilização financeira possível”.

“Agora nós faremos, em conjunto com a organização, um evento de grande qualidade, capaz de preparar a cidade para este acolhimento”, adiantou.

Para o autarca lisboeta, as JMJ são “um evento diferente de todos os outros, em que é preciso uma mobilização social muito grande de famílias para acolherem jovens”, para que “funcione bem”.

Fernando Medina referiu ser “muito entusiasmante poder ter Lisboa como local de acolhimento das JMJ, um momento que vai reunir centenas de milhares, senão, mesmo, milhões de jovens de todo o mundo”, que se vão encontrar na capital portuguesa “na sua fé, mas também no seu sentido de humanidade, no seu espírito de reunião, de encontro, de reflexão, de partilha”.

“[Jovens que] vão reunir-se com um intuito muito claro e com uma mensagem também muito clara que é aquela que o papa Francisco procura transmitir, de paz, de tolerância, de respeito pelo ambiente”, adiantou Fernando Medina, acrescentando que “casa muito bem com os valores que hoje Lisboa procura transmitir e valorizar ao mundo, uma cidade aberta, uma cidade tolerante, uma cidade que acolhe todos bem”.

As JMJ, consideradas o maior evento da Igreja Católica, são um encontro de jovens de todo o mundo com o papa, num ambiente festivo, religioso e cultural.

Nas JMJ em Madrid, em 2011, a organização estimou que o evento iria custar 50 milhões de euros, referindo, contudo, que os jovens deixariam na capital espanhola o dobro em gastos durante a estadia na cidade.

Do valor total do custo, cerca de 70% seriam assumidos pelos próprios peregrinos, com o restante a vir de donativos de empresas, incluindo as maiores de Espanha.

Outra parte viria de doações diretas de pessoas e de mecanismos como o envio de ‘SMS’.

Na ocasião a Federação Espanhola de Associações de Agências de Viagem estimou que o setor hoteleiro e turístico madrileno teria um impacto diário de 30 milhões de euros.