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Governo arregaça mangas nas nomeações e baixa os braços para o país

Governo arregaça mangas nas nomeações e baixa os braços para o país

sg_8094O primeiro-ministro e o Governo de direita estão de braços caídos em relação à situação do país, mas de mangas arregaçadas e activos nas nomeações da sua clientela para o aparelho do Estado, apontou o secretário-geral do PS, António José Seguro, no debate quinzenal na Assembleia da República em que Pedro Passos Coelho dedicou grande parte da sua intervenção inicial ao recente acordo de concertação social.

No debate dedicado ao tema “Diálogo social e reforma do Estado”, Seguro saudou a decisão do Executivo de abdicar do aumento de meia hora de trabalho semanal, sublinhando, contudo, não partilhar da euforia sobre o acordo social, por este não apresentar qualquer estratégia para Portugal.
De seguida, evidenciou diferenças entre o Pedro Passos Coelho líder de um partido da oposição e o actual primeiro-ministro.

“Como o senhor primeiro-ministro é hoje diferente do doutor Pedro Passos Coelho do primeiro semestre do ano passado”, principiou o líder socialista, criticando de seguida Passos Coelho por faltar à sua promessa em termos de nomeações.

Segundo Seguro, no primeiro semestre do ano passado, Pedro Passos Coelho disse não pretender ser eleito primeiro-ministro para “dar empregos aos amigos”, só que agora, “pode dizer o que quiser, os factos e as nomeações falam por si”.

E confrontou o primeiro-ministro com uma notícia difundida pela Agência Lusa, “citando fontes do Governo”, onde se diz que, das 1193 nomeações realizadas, mais de mil foram reconduções.

“Quero que o senhor primeiro-ministro diga aqui, solenemente, na Assembleia da República, se estes números são verdadeiros e, no caso de serem, onde estão os despachos que comprovam essas reconduções”, desafiou o líder do PS, lembrando que “uma das coisas que mais mina a confiança na política e nas instituições é dizer-se uma coisa na campanha eleitoral e fazer-se outra completamente diferente quando se chega ao Governo”.

António José Seguro disse ainda identificar diferenças em Pedro Passos Coelho no que respeita às agências de notação financeira, uma vez que, recentemente, ao contrário do passado, criticou a descida de rating a Portugal feita pela Standard & Poor’s.

“Ficou clara a sua mudança. O seu critério é o seguinte: quando lhe dá jeito diz uma coisa, quando não lhe dá jeito já diz outra”, criticou.

Por fim, o secretário-geral do PS exigiu ao primeiro-ministro esclarecimentos sobre o estado das negociações com o Governo Regional da Madeira no que diz respeito ao plano de assistência financeira, recordando que, em Setembro passado, no Parlamento, o primeiro-ministro disse que até ao final desse mesmo mês os portugueses conheceriam o programa de assistência financeira à Madeira e em Outubro “veio reconhecer que falou demais”.

“Mas o que aconteceu entre Setembro e o dia de hoje? Quais são as negociações que estão a ocorrer, que não são do conhecimento nem da Assembleia Legislativa Regional da Madeira, nem da Assembleia da República?”, inquiriu Seguro, sublinhando que, embora o PSD presida ao Governo da República e ao Governo Regional da Madeira, o Parlamento e os madeirenses têm direito de saberem, com transparência, quais são as negociações que estão a ocorrer entre o Executivo nacional e o regional.