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Orçamento do Estado nasce ferido de morte

Orçamento do Estado nasce ferido de morte

O Partido Socialista acusou o Executivo de não ter credibilidade e de apresentar um Orçamento que atira para o “caixote do lixo” todos os sacrifícios dos cidadãos e que traz ainda mais austeridade.

O deputado Pedro Marques considerou, durante uma declaração política na Assembleia da República, que “este Orçamento do Estado nasce ferido de morte, porque ferida de morte está a credibilidade da política orçamental deste Governo”.

O resultado que o Executivo tem para apresentar aos portugueses é “mais de 5000 milhões de euros de sacrifícios perdidos para a recessão”, alertou. O deputado acrescenta que “toda a austeridade de 2013, todo o enorme aumento de impostos foi deitado para o caixote do lixo. A depressão provocada pelo choque de expectativas e o corte de rendimentos anulou, para efeitos orçamentais, todo o resultado dos sacrifícios que o Governo pediu aos portugueses”.

Segundo Pedro Marques, o Governo prometeu “consolidação”, mas “tivemos dor e desilusão”.

O deputado socialista referiu que o Executivo, ao contrário do que prometeu, trouxe “um novo e enorme pacote de austeridade para 2014”. “Sempre estes 4000 milhões de euros que nos perseguem, que este Governo propôs à troika inscrever no memorando na longínqua quinta avaliação”, recordou.

O Executivo escolheu cortar os rendimentos de funcionários públicos e de pensionistas que, “para as famílias, é o mesmo que aumentar impostos”, avisou.

“Qual é, em suma, a credibilidade de uma política orçamental de um Governo que faz repetidamente o contrário do que prometeu, e que, ainda por cima, falha repetidamente todos os seus resultados?”, questionou.

Pedro Marques asseverou que a “única saída desta situação é parar com a adoção de novas medidas de austeridade recessiva”, e que o Governo deveria, nesta situação tão difícil, demonstrar “clareza, coesão e liderança” com o objetivo de “mobilizar os portugueses e convencer os credores de que outra estratégia era possível e necessária”.

“Este Orçamento é, assim, a cara do Governo: pouco credível e muito deprimido. Afunda o Governo num mar de contradição, mas, pior, afunda ainda mais o país na recessão”, constatou.