Palavras do primeiro-ministro “não colam” com a prática
O Secretário-geral do Partido Socialista sustentou que os atos do Governo contrariam o discurso do primeiro-ministro.
Depois de uma visita ao Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas (SISAB), António José Seguro criticou a falta de coerência do primeiro-ministro. “As palavras do primeiro-ministro não colam com a prática”, apontou, vincando que “uma coisa são as palavras e outra são os atos”.
Com base em quatro exemplos, o líder do Partido Socialistas demonstrou que a prática do Governo contraria o primeiro-ministro. “Em primeiro lugar, vejamos a lei de bases do ambiente. O PS apresentou propostas para que que ficasse claro que não podia haver privatização da água e o Governo não aceitou. O acordo de parceria sobre fundos comunitários: o Governo enviou-o para Bruxelas sem ouvir o PS. A privatização da EGF: uma empresa que dá lucro e cuja privatização não estava prevista no memorando de entendimento. A concertação social: o Governo aprovou regulamentação dos despedimentos sem consenso dos representantes dos trabalhadores”, argumentou.
“Estes exemplos, entre outros que poderiam ser dados, demonstram que o discurso do primeiro-ministro é um discurso para a galeria, que tem fins mediáticos e que não tem qualquer correspondência com a prática do Governo”, sustentou, deixando uma questão: “Recordam-se em dezembro, quando disse que não precisava do PS?”
“A vida pública portuguesa precisa mais de atos do que de palavras e, sobretudo, precisa de palavras que estejam em coerência com esses mesmos atos”, frisou, acrescentando que ” o primeiro-ministro diz uma coisa mas depois pratica outra completamente diferente”. “Não é essa a minha maneira de olhar para os problemas do país”, finalizou.