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50 anos de Abril convocam a tornar regime democrático “mais vivo, exigente, moderno e participado”

50 anos de Abril convocam a tornar regime democrático “mais vivo, exigente, moderno e participado”

A liberdade e a democracia “nunca estão imunes a ameaças”, afirmou o primeiro-ministro, António Costa, na primeira sessão comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril, alertando para a necessidade de se “agir contra o populismo, as desigualdades, a corrupção, o medo e o ódio”.

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António Costa, comemorações 50 anos de Abril

Intervindo na sessão solene de abertura das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, cerimónia que decorreu ontem em Lisboa, no Pátio da Galé, António Costa começou por chamar a atenção para a importância decisiva que a liberdade e a democracia têm hoje na sociedade portuguesa, lembrando, contudo, que ambas “são obras que nunca estão acabadas”, referindo, por isso, que o desígnio primordial que o país tem pela frente passa, em grande medida, por continuar a reforçar e a aprofundar o regime democrático e a torná-lo “mais vivo, exigente, moderno e participado”.

É sempre possível, disse o chefe do Governo, “democratizar mais a liberdade” e avançar mais na libertação do regime democrático, arrogando que defender a democracia passa por uma maior consciência coletiva de que a democracia “pertence a todos, e que todos têm o dever de a defender, aperfeiçoar e de a reforçar”.

Avançar e reforçar o regime democrático, acrescentou ainda o também Secretário-geral socialista, deverá passar igualmente, e sem hesitações, como aludiu, por uma aposta forte na “modernização do Estado e no aumento do crescimento económico”, mas também por medidas que contribuam para “acabar com a pobreza, dignificar o trabalho e valorizar o mérito”, matérias que, na perspetiva de António Costa, devem resultar na “dupla exigência” de uma liderança forte quanto à “transição climática e digital”.

Nada está acabado e muito há ainda a fazer para “termos o país que desejamos e merecemos”, disse, reconhecendo que, “como todas as outras democracias”, também Portugal e os portugueses enfrentam hoje “problemas urgentes e desafios imperiosos” a que importar responder, admitindo que o futuro está sempre em aberto e nada está garantido.

Para António Costa, o futuro que “devemos prevenir e preparar e que somos chamados a imaginar e a construir” é o mesmo futuro “a que o 25 de Abril quis responder”, lembrando a propósito um poema de Jorge de Sena, em que o poeta defende que a cor da liberdade “é verde e vermelho”, a cor da bandeira nacional. Palavras que o primeiro-ministro aproveitou para acomodar à realidade dos dias de hoje, defendendo que a diversidade das cores “está hoje muito para além do verde e do vermelho”, sendo que a nova fronteira das liberdades, como aludiu, está hoje marcada, sobretudo, “pelo amarelo e o azul que são as cores de quem luta pela liberdade e pela paz”.

Afirmação que o primeiro-ministro proferiu tendo a seu lado a embaixadora da Ucrânia em Portugal, levando-o a acrescentar ainda que as cores da liberdade “não são as cores da pele, mas as que cada um cria na sua imaginação criativa que a liberdade libertou”. António Costa aproveitou também para desejar que as comemorações dos 50 anos da revolução dos cravos consigam ser a “afirmação de rejuvenescimento e de aperfeiçoamento da democracia portuguesa”.

Marco histórico

A propósito de no dia de ontem, 23 de março, terem passado 17.500 dias sobre o 25 de Abril de 1974, marco que assinalou a data em que Portugal passou a viver há mais dias em liberdade do que aqueles que viveu em ditadura,

António Costa fez questão de prestar uma homenagem “sempre devida” aos capitães de Abril, “heróis da revolução e que serão sempre merecedores da nossa gratidão renovada”. Apelando igualmente à memória dos muitos portugueses, homens e mulheres, que enfrentaram e resistiram à ditadura, o líder socialista manifestou o desejo de que as comemorações dos 50 anos de Abril reflitam uma “passagem de testemunho” para as novas gerações, que hão de “continuar a renovar a nossa democracia” no pressuposto de que vão conseguir “realizar no futuro o que ainda falta realizar”.

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