Desde 2017, a residência oficial do primeiro-ministro (Palacete de São Bento) tem servido de galeria para a exposição de obras de arte contemporânea, no âmbito da iniciativa ‘Arte em São Bento’, como forma de assinalar o Dia da Implantação da República Portuguesa, que se comemora a 5 de Outubro.
“Esta é uma casa dos cidadãos e, por isso, decidimos que uma forma de assinalar o dia 5 de Outubro era, anualmente, podermos devolver aos cidadãos esta casa que é sua. Entendemos que a melhor forma de o fazer era, simultaneamente, pagando um tributo devido aos nossos artistas e uma homenagem também àqueles que têm um papel fundamental em todo o processo artístico que são os colecionadores”, referiu António Costa.
Falando na abertura da exposição, o primeiro-ministro salientou que “ao longo destes cinco anos tivemos já um percurso bastante diversificado. No seu conjunto temos cumprido aquela que é a função: é que esta casa seja também uma montra do Portugal que hoje se faz, do Portugal que os artistas diariamente vão criando, recriando e reinventado”.
Este ano, a ‘Arte em São Bento’ acolhe a Coleção de Ana Cristina e António Albertino (AA), sediada em Coimbra, composta por 41 peças e que, pela primeira vez, está patente em Lisboa.
O chefe do Governo anunciou que “no próximo ano, vamos ter aqui [Palacete de São Bento] a coleção de Pedro Alves Ribeiro, que habitualmente está presente na Casa de São Roque, no Porto e que terá como curador João Silvério. Daqui a um ano, aqui estaremos, já sem esta coleção, mas com uma nova coleção a chegar”, disse António Costa.
Até lá, o executivo socialista irá continuar a proceder à identificação de novas coleções, por forma a “que, em outubro de 2023, aqui estejamos a lançar a nova coleção que nos irá acompanhar até outubro de 2024”.
“Espero que seja um percurso que tenha continuidade, que seja um percurso que ajude a incentivar o investimento em arte porque não há arte se não houver investimento na arte, se não houver o desenvolvimento desse mercado porque é esse mercado que faz os artistas poderem viver, poderem continuar a criar, poderem continuar a cumprir a sua tarefa”, afirmou.
Conforme sublinhou António Costa, a iniciativa ‘Arte em São Bento0 insere-se na estratégia definida pelo Governo “para apoiar e incentivar a criação artística e as artes plásticas”.
No âmbito desta estratégia, o Governo tem vindo, desde 2019, a proceder à aquisição de obras contemporânea para o espólio do Estado.
“Começámos em 2019 com uma verba de 300 mil euros, subimos no ano a seguir para 500 mil euros. Este ano, não obstante as dificuldades todas da pandemia, conseguimos subir para 650 mil euros. No próximo ano temos já orçamentado um investimento de mais 800 mil euros para cumprir o objetivo a que nos tínhamos proposto de, no final da legislatura, em 2023, podermos estar a investir um milhão de euros na aquisição de obras de arte contemporânea”, disse António Costa.
A exposição ‘Arte em São Bento – Coleção AA’ poderá ser visitada no primeiro domingo de cada mês, entre as 15h00 e as 19h00, e estará patente até setembro de 2022.