300 centros para qualificação e ensino profissional até 2017
Criticando o que disse serem os baixos níveis de atividade de muitos dos centros para a qualificação e ensino profissional, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social garantiu que o propósito do Governo tem como objetivo imediato, não só “alargar a rede” e aumentar os níveis de atividade dos centros, mas igualmente proceder de forma sustentada “ao reforço de equipas”.
Para isso, disse Vieira da Silva, os centros, os existentes e os que o Governo quer criar, vão “incrementar respostas em articulação” com outras estruturas, como escolas profissionais, centros de emprego ou gabinetes de inserção profissional, de modo a que se “avance na construção de percursos de formação personalizados”, respondendo assim à “exigência da diversidade de públicos”, referiu.
Perante a “pouca tradição no trabalho com adultos” em Portugal, o ministro Vieira da Silva referiu ser necessário ultrapassar este constrangimento, apostando quer na “formação contínua dos agentes” e no desenvolvimento de um “guia interativo de recursos”, quer disponibilizando “instrumentos associados ao ensino e formação à distância”.
Aprendizagem ao longo da vida
Ressuscitar o programa “Novas Oportunidades”, agora chamados Centros Qualifica, é uma das apostas fortes do Programa Nacional de Reformas apresentado pelo Governo do PS.
Entre as medidas contempladas neste programa estão previstas iniciativas que apontam, por exemplo, para que 50% da população ativa conclua o ensino secundário, e que entre os jovens dos 30 aos 34 anos existam pelo menos 40% com diplomas do ensino superior, sendo que atualmente essa percentagem é de 33% na faixa etária dos 25 aos 34 anos.
Como fez questão de realçar Vieira da Silva, o PS sempre defendeu a importância das políticas de aprendizagem ao longo da vida, lamentado o ministro, nesta sessão em Coimbra, que o anterior Governo de direita tenha “desmantelado” em apenas quatro anos todo um programa que estava já no terreno, levando a que hoje apenas participem cerca de um terço dos adultos, comparativamente com aqueles que o integravam em 2000/2001.
Esta “descontinuação” do programa Novas Oportunidades, segundo o titular da pasta do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, foi concretizada, não por questões de ordem económica ou financeira, o que já por si não se justificava, mas por uma “mera opção ideológica”, tendo com isso o país perdido “anos de avaliação que deveríamos fazer nos adultos”.
Esta sessão, que decorreu ontem no Conservatório de Coimbra, insere-se nas audições públicas que Governo está a organizar sobre o Programa Nacional de Reformas para 2016, programa que apresenta a estratégia para o desenvolvimento económico e social do país, centrando-se respetivamente em áreas como a inovação da economia, na qualificação dos portugueses e na capitalização das empresas.