Sublinhando que “o Partido Socialista é o grande vencedor civil do 25 de Novembro de 1975”, tendo Mário Soares e os militantes do PS sido “determinantes, com o Grupo dos Nove, para que a vitória dos moderados fosse possível”, Eurico Brilhante Dias defendeu, numa conferência de imprensa, que o 25 de Novembro não pode ser separado do 25 de Abril de 1974.
Para o PS, “a evocação do 25 de Novembro deve acontecer no quadro da Comissão Nacional para a celebração do 50º aniversário de 25 de Abril de 1974”, que é presidida pelo Presidente da República. O líder parlamentar do PS frisou que esta celebração “devia ter o Presidente da República como principal denominador, ele que é, como órgão de soberania, o órgão da unidade dos portugueses. “.
O presidente do Grupo Parlamentar do PS lamentou que o Governo da AD queira constituir “uma comissão para celebrar o 25 de Novembro, separando-o do 25 de Abril de 1974” e ocultando “o papel central do Partido Socialista, da dimensão relevante e única de Mário Soares e dos militantes do Partido Socialista, mas também ocultando o papel nuclear do Grupo dos Nove”.
Desta comissão não faz também parte a Associação 25 de Abril, “algo que é sintomático da forma como o Governo entende abordar este assunto”, criticou.
O PS não concorda igualmente com o facto de esta comissão estar na dependência do ministro da Defesa, “atribuindo-lhe um cariz puramente militar”, algo que o líder parlamentar considera “errado” e que “não conta a história como de facto aconteceu”.
Eurico Brilhante Dias acusou o Governo de tentar “reescrever a história e criar uma narrativa de confrontação e polarização que não encontrará no Partido Socialista resposta”.
PS evocará 25 de novembro com militantes
“O PS não deixará passar a data”, assegurou Eurico Brilhante Dias, explicando que evocará esse momento com “muitos militantes que, lado a lado, como Mário Soares, defenderam a democracia e a liberdade desde o período antes do 25 de Abril, mas também em 25 de Novembro de 1975”.
Assim, o PS terá um programa próprio com “aqueles que se somaram ao Partido Socialista para derrotar aqueles que podiam colocar – e colocaram –, quer na extrema-esquerda, quer na extrema-direita, a democracia em causa”, vincou.
Eurico Brilhante Dias deixou a certeza de que “o PS defenderá os valores de sempre, da democracia e da liberdade, e não irá ser parceiro num processo de divisão dos portugueses”.