Figura destacada associada aos eventos que levaram á consolidação da democracia em Portugal, Manuel Pedroso Marques era presidente da Rádio Televisão Portuguesa (RTP) na altura do 25 de Novembro de 1975, tendo lembrado também como foram então acompanhados os desenvolvimentos desse dia e a forma como informação era vista pelos atores políticos da época, nomeadamente pelo Movimento das Forças Armadas (FMA).
Sobre a “habitual polémica suscitada pelas comemorações das duas datas”, o 25 de Abril e o 25 de Novembro, sustentou que há espaço para que ambas devam ser comemoradas, traduzindo a dialética de um processo que implodiu uma ditadura de 48 anos, substituindo-a por uma democracia que teria, na sua implantação, o necessário confronto de opções políticas diferentes.
“A melhor forma de resolver a questão das comemorações dos dois 25, de Abril e Novembro”, é considerar que “em democracia cada um comemora o que quiser”, disse, apontando, contudo, que “é mais grato comemorar o que integra, do que o que fratura”.
Coronel do Exército, Manuel Pedroso Marques participou, como capitão, e ainda antes do 25 de Abril, numa ação militar e civil contra a ditadura, em 1961. Exilado em França e no Brasil, foi reintegrado já após a Revolução de Abril. Autor, editor e gestor, foi também assessor do então primeiro-ministro Mário Soares.