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11ª Cimeira Portugal- Marrocos: “grande vontade de cooperação económica”

11ª Cimeira Portugal- Marrocos: “grande vontade de cooperação económica”

Energias renováveis, modernização do parque escolar marroquino e um apelo para que Marrocos dê atenção ao interesse das empresas portuguesas no projecto da alta velocidade foram as notas dominantes da 11.ª Cimeira Portugal- Marrocos, que decorreu hoje em Marraquexe.

“Tive ocasião de assinalar ao senhor primeiro ministro [marroquino, Abbas El Fassi ] que o sector empresarial português tem muito interesse em acompanhar o projecto de Alta Velocidade aqui em Marrocos, que está já a desenvolver-se na fase de concurso. E tenho a certeza de que a experiência portuguesa se pode somar à experiência marroquina para que esses projectos venham a ter sucesso”, disse José Sócrates.
Outra das novidades anunciadas foi a criação de um fundo de investimento conjunto entre os dois países, que reunirá na próxima semana em Lisboa os ministros das Finanças dos dois países.
“Esse fundo é um instrumento novo, à altura dos tempos, e que espelha a vontade de ambas as economias quererem cooperar no desenvolvimento dos nossos dois países” anunciou José Sócrates.
“É algo que vai ser ainda objecto de tratamento entre os dois ministérios”, explicou por outro lado o ministro das Obras Públicas e dos Transportes, que falou à comunicação social portuguesa no final da cimeira, escusando-se a falar sobre o eventual montante em causa. Assinada, neste domínio, ficou a nova linha de crédito portuguesa de 200 milhões às importações marroquinas de bens e serviços nacionais.
No campo das energias renováveis foi estabelecido um “plano de acção” que visa, entre outros pontos, “a participação das empresas industriais portuguesas no desenvolvimento do tecnopólo de Oujda”, o desenvolvimento de dois projectos-piloto comuns, um de experimentação da tecnologia “smart grid”, o outro que visa testar e optimizar a utilização da energia das ondas, de acordo com o texto da declaração final.
No domínio automóvel, foi criado um “comité automóvel”, que se “encarregará do desenvolvimento da subcontratação entre empresários marroquinos do sector automóvel e os seus homólogos portugueses”, segundo o mesmo documento.
Marrocos produz anualmente cerca de 400 mil viaturas, sobretudo a Renault – precisamente a marca que trocou Portugal pelo seu vizinho do sul.
Ainda neste campo foi acordada uma parceria entre o Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel (CEIA) e o Centre Tecnique des Industries des Equipements pour Véhicules (CETIEV).
No remate sobre as conclusões da cimeira, José Sócrates sublinhou “a grande vontade de cooperação económica” das partes de estender essa cooperação a “áreas novas, no domínio da energia, no domínio da economia tecnológica e digital, no domínio das escolas e das infraestruturas, mas também uma grande ambição de criar os instrumentos financeiros para que essa cooperação económica se possa desenvolver”.