Na sua intervenção, o também presidente honorário do PS/Açores destacou que o PS na Região “não se resume a fazer oposição”, uma vez que “apresenta propostas e alternativas”, mostrando “o que faria se fosse ainda Governo Regional e o que fará quando for proximamente Governo”.
Carlos César salientou que o PS é “um vasto espaço de pluralidade e de construção contínua” e frisou que “não é um partido de ocasião”, mas antes “a esquerda empenhada na proteção da fronteira entre a liberdade económica e a igualdade de oportunidades, impedindo que uma prejudique a outra”.
“Somos a esquerda protetora da democracia liberal, mas defensora do Estado que é necessário, que valoriza os regimes autonómicos e insulares, o fortalecimento do poder local e a participação das organizações não governamentais (ONG’s)”, frisou.
“O que nos distingue”, prosseguiu, é “que consideramos que nenhum processo conducente ao desenvolvimento económico, deve fazer enfraquecer a nossa luta contra as desigualdades e contra a eliminação da pobreza”.
A esse respeito, o presidente honorário do PS/Açores rejeitou as “narrativas da inevitabilidade das desigualdades e do conformismo com a pobreza”, considerando que “há muito a fazer nessa matéria nos Açores, para recuperar onde eventualmente tenhamos regredido e para avançar, como é sempre imperativo”.
Na sua intervenção, Carlos César recordou que os socialistas estão “indissociavelmente ligados à edificação da Autonomia regional”, uma vez que sem o PS “não se teria ganho o acervo de competências que hoje temos no exercício da Autonomia” e “não teria sido possível constitucionalizar a Autonomia Regional, porque não teria havido Constituição da República, em 1976”.
O presidente do PS sublinhou, ainda, que sem este partido, “não teria sido possível avançar nas sucessivas revisões constitucionais que tiveram lugar, nem teria sido possível aprovar a 1ª lei de Finanças das Regiões Autónomas que fez superar a situação de bloqueio e de sufoco que a governação anterior do PSD nos deixou, em 1996”, alertando que “o único proprietário da Autonomia é o povo açoriano”.
Recordando que o PS “não distingue os cidadãos por lhe serem afetos ou adversos”, Carlos César considerou que esta é “uma prioridade que temos de recuperar nos Açores”.
“O papel do PS ao longo deste último meio século tem sido de defesa e de empenhamento na nossa Autonomia. Sempre que houve uma luta a travar nos Açores, o PS foi parte ativa e determinante. A história e o contributo do PS/Açores não é apagável nem pode ser estropiada como alguns pretendem”, concluiu.