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“Votar é uma forma de resistência ao vírus e a quem se aproveita do medo”

“Votar é uma forma de resistência ao vírus e a quem se aproveita do medo”

O voto nas eleições presidenciais do próximo domingo, dia 24 de janeiro, tem de ser observado também como “uma forma de resistência ao vírus” da Covid-19, defendeu o presidente da Assembleia da República.

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“Votar é uma forma de resistência ao vírus e a quem se aproveita do medo”

Uma posição que Eduardo Ferro Rodrigues assumiu numa mensagem vídeo que dirigiu aos eleitores, incentivando-os a votarem nas eleições presidenciais do próximo domingo, considerando ser esta, para além de uma atitude que invoca o exercício de cidadania democrática, um ato que também deverá ser encarado, dadas as circunstâncias presentes do surto de covid-19, como “uma obrigação indeclinável” de todos nesta luta contra a pandemia.

De acordo com o presidente da Assembleia da República e segunda figura do Estado, nada impede que haja uma “alta participação” no dia 24 nas eleições presidenciais, lembrando a este propósito a afluência expressiva de eleitores que exerceram antecipadamente o seu direito de votar no passado domingo, voltando a realçar que votar é uma das formas mais sublimes de “defender a República e a democracia”, mas também uma forma de “resistência à doença e ao medo” contra os que “deles se querem aproveitar”.

Eduardo Ferro Rodrigues lembra ainda que estas eleições para a Presidência da República são, como sempre foram, de uma particular importância, já que os portugueses vão escolher quem os representará como primeira figura do Estado, e que por inerência constitucional terá os poderes específicos de ser o garante da independência nacional, da unidade do Estado e o do regular funcionamento das instituições democráticas, sendo ainda o “comandante supremo das Forças Armadas”.

Funções demasiadamente importantes para que se justifique, segundo Ferro Rodrigues, que os eleitores se privem nestas eleições de exercer o seu direito de voto, “respeitando sempre as regras sanitárias em vigor”, voltando a lembrar que em democracia os cidadãos são convocados em intervalos regulares para escolherem os respetivos representantes através do voto, “daí derivando a sua legitimidade”, e que votar “é não só um direito, mas também um dever cívico, assente numa cidadania ativa e responsável”.

Saúde pública

Quanto à questão epidemiológica, Eduardo Ferro Rodrigues, seguindo o exemplo dos sucessivos alertas do Governo e dos responsáveis da DGS, chama a atenção para o facto de a pandemia se estar a revelar “devastadora a vários níveis”, obrigando os portugueses, como salienta na sua mensagem, a terem que se “submeter a um estado de emergência que nos impõe um dever cívico de recolhimento”, recusando, contudo, “como algumas vozes sugeriram”, que o ato eleitoral de domingo fosse adiando.

Nada justifica, segundo o também antigo Secretário-geral socialista, que os portugueses deixem de exercer o seu direito democrático de votar no próximo domingo escolhendo quem pretendem que os represente como primeira figura do Estado, voltando a enfatizar que adiar as eleições de domingo por causa do surto pandémico seria até contraproducente do ponto de vista democrático, lembrando, a propósito, que “se não foi admitida nunca a suspensão do funcionamento pleno da Assembleia da República como órgão de soberania, muito menos faria sentido admitir que houvesse a suspensão de quaisquer atos eleitorais”.