VIH: Portugal atingiu dois objetivos definidos para 2020

Portugal já alcançou dois dos três objetivos definidos para 2020 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o VIH/sida (ONU-SIDA), no âmbito do programa conjunto das Nações Unidas sobre o VIH/SIDA (ONUSIDA), conhecido como “90-90-90”.

Os resultados foram apresentados esta manhã, em Lisboa, numa sessão pública promovida pela Direção-Geral de Saúde (DGS), que contou com a presença do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, do secretário de Estado adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, e também com o coordenador do programa de doenças transmissíveis da OMS, Masoud Dara.

“Temos um conjunto de políticas públicas de saúde inclusivas” que permitiu tornar o “acesso ao diagnóstico e tratamento mais democrático, considerou o ministro.

“É um orgulho Portugal ter o reconhecimento internacional” em resultado das “políticas de saúde pública” que têm vindo a ser implementadas, disse Adalberto Campos Fernandes a propósito das declarações do representante da OMS, Masoud Dara, ao considerar que “Portugal tem feito um percurso exemplar na prevenção, deteção, tratamento e cuidados dos doentes com VIH”, o que coloca o nosso país “entre o restrito grupo de países europeus” nesta área, referiu Masoud Dara.

Adalberto Campos Fernandes reforçou que “a nossa ambição é ter boas práticas de saúde pública”, salientando que “não é possível boas práticas de saúde pública sem as comunidades”, considerou o ministro.

Comportamentos aditivos representam apenas 1,5% de novos casos

Portugal atingiu a taxa mais baixa de sempre de novas infeções de VIH entre pessoas com comportamentos aditivos e dependências, que atualmente representam apenas 1,5 por cento dos novos casos de sida, anunciou o secretário de Estado adjunto da Saúde, Fernando Araújo.

“O nível de novos casos reduziu-se de forma muito significativa, o que significa que estamos a ter um sucesso dos melhores a nível europeu”, concluiu o secretário de Estado.

O combate ao aparecimento de novos casos vai continuar, afirmou Fernando Araújo, salientando que “este ano o Governo arrancou com um novo programa: a profilaxia pré-exposição” (PrEP), que permite proteger as pessoas de infeções através da toma de medicamentos”.

O governante anunciou, ainda, que vai ser possível “até ao final do ano, os portugueses que quiserem possam comprar o teste na farmácia e fazer em casa” este ano, acrescentando que, para isso, “o Governo vai começar a trabalhar para alterar a legislação em vigor”.

Mais facilidade de acesso ao tratamento

O tratamento de VIH em farmácias comunitárias vai ser alargado a todo o país, permitindo que os doentes possam receber a medicação mais perto de casa ou do trabalho.

O modelo, que está a ser implementado com sucesso em Lisboa sob a forma de projeto-piloto, permite que os doentes possam optar por continuar a receber os tratamentos no hospital ou numa farmácia, anunciou o secretário de Estado da Saúde.

Todavia, antes de alargar o projeto a nível nacional, é necessário “avançar com a formação de mais farmacêuticos para garantir que o alargamento do projeto é feito com toda a segurança” salientou Fernando Araújo.