Valorizar boas práticas e priorizar a prevenção

“Aquilo que nós temos de ter consciência é que o grande esforço que tem de ser feito é o esforço na prevenção [dos incêndios florestais] e acho que é preciso também termos conta das boas práticas para se ver que é possível”, defendeu António Costa.

O primeiro-ministro deslocou-se este sábado, dia 23, à freguesia de Alcaravela, em Sardoal, distrito de Santarém, onde verificou o trabalho “extraordinário” que está a ser realizado, nomeadamente a criação de faixas de gestão combustível, quer na floresta quer no perímetro das aldeias, o qual, segundo António Costa, constitui um exemplo de boas práticas.

O líder do Governo socialista teve ainda oportunidade de verificar os sistemas de videovigilância implementados na região do Médio Tejo e dos resultados das “várias boas práticas”, nomeadamente em termos de prevenção e de sensibilização da população de Sardoal, destacando a importância e empenho dos autarcas ao “assumirem como sua esta causa e ajudarem a mobilizar toda a comunidade para que torne o território mais resistente”.

António Costa saudou o sentido de responsabilidade da comunidade de Sardoal e a “consciência das pessoas” para a necessidade de protegerem as suas vidas e os seus bens, que se traduziram na “criação de uma faixa de proteção de 100 metros em volta das aldeias”, bem como no cultivo de espécies resistentes ao fogo.

Recorde-se que o território visitado pelo primeiro-ministro, onde residem cerca de mil habitantes nas 14 aldeias dispersas por 36 quilómetros quadrados, foi um dos mais fustigados pelos incêndios de 2017 que consumiram mais de 1400 hectares de floresta.

“Mais vale pagar do que apagar”, disse António Costa, repetindo a expressão do presidente da Câmara Municipal de Sardoal, para se referir ao forte investimento que tem vindo a ser realizado pelo Governo, designadamente, em ações de limpeza da floresta e na criação de estradões e pontos de água, assim como em torres de vigia e sistemas de videovigilância e na criação de faixas de contenção e proteção de combustíveis junto das redes viárias e em torno dos aglomerados urbanos.

“Pagar é uma obrigação que nós temos porque estamos a utilizar, com um fim, o dinheiro dos contribuintes para que possamos ter as nossas vidas seguras, os nossos bens, e é um investimento na proteção das pessoas e bens que é importante, usado de acordo com a legislação, com regras e apoio dos proprietários, em colaboração com o município e o governo”, referiu.

António Costa defendeu que “o grande esforço tem de ser feito”, sobretudo, “na prevenção”, acrescentando que “se o país se continuar a mobilizar, vamos continuar a conseguir ter nos próximos anos cada vez menor risco e com melhores resultados ainda do que aqueles que houve em 2018”.

Na sua intervenção, o primeiro-ministro salientou ainda que a reorientação da estratégia para o esforço na prevenção “resultou de todas as recomendações da Comissão Técnica Independente criada pela Assembleia da República em 2017”.

“Os bons resultados não devem esquecer que a ameaça existe e o que significa é que os bons resultados devem-nos motivar a fazer ainda mais o trabalho de prevenção que se faz no outono, no inverno, e na primavera”, afirmou António Costa.