Valorização do Interior a acontecer
Por vezes, falar do Interior era apenas falar dos ‘’remendos’’ que se poderiam ir colocando aqui e ali, para que esta vasta área (metade) do país não rasgasse de vez.
Para que os territórios não ficassem abandonados e a desertificação aumentasse, iam-se dando alguns subsídios, faziam-se alguns investimentos, e estradas, muitas estradas. Abandonou-se a via ferroviária, em prol do alcatrão, pago a ‘’bons olhos de ver’’.
Mas, as gentes que ali (aqui) permaneceram sentiam que valiam mais. E os poucos que restaram, foram passando os seus ensinamentos, foram alimentando esperanças e conseguiram, por uma vez, fazer-se ouvir: o Interior de Portugal é um potencial, não só para ele próprio e para os que nele restaram, mas para todos!
A desertificação deixou ao abandono uma vasta área de campos, terrenos bons para cultivar. Mas, é, também, este desnudamento que expõe o facto de podermos criar muita coisa neste território, nomeadamente emprego.
António Costa é o visionário que reconhece, em primeiro lugar, que a metade do País que não se encontra à beira-mar, está mesmo coladinha a Espanha, e, portanto, ao resto da Europa e que o Interior centro está, assim, privilegiadamente bem localizado em relação à capital espanhola.
Dos dois mil milhões de investimento nos caminhos-de-ferro, que contemplam o Plano Ferrovia 2020, uma parte será para a construção do troço que liga Évora- Elvas e a modernização de Elvas- Caia. Esta linha faz parte do “corredor internacional sul” que liga Portugal até à Alemanha, a juntar a outro investimento no Interior: a ferrovia que ligará a linha da Beira Baixa com a da Beira Alta, permitindo completar o “corredor internacional norte”.
Não obstante, não são apenas as vias de comunicação que fixam as pessoas nos locais. O que move as pessoas são os seus trabalhos.
E, também, para António Costa a chave para o desenvolvimento está na criação de emprego. Só desta forma se atraem as pessoas a viver o Interior e fixarem-se nele.
E é, também, neste sentido que o plano de recuperação da economia, proposto por António Costa da Silva e creditado pelo governo, defende o estímulo à agricultura. E, defende-o, precisamente, no Interior. Atrair jovens para o Interior, criar emprego, ‘’vestir’’ os campos e áreas desertificadas, anular estas áreas vazias, contribuir para a sustentabilidade dos solos, a proteção das florestas e mais, e mais importante: criar emprego.
Desenvolver e fazer crescer a economia, gerando os bens essenciais- os melhores, os de melhor qualidade-, apostando numa agricultura ecológica. Reaproveitando os recursos naturais e com isso criar ‘’mini-circuitos’’ de escoamento dos produtos endógenos, valorizar a produção local e nacional; valorizar o território e gerar produtos de maior valor turístico; aumentando o consumo interno e ao mesmo tempo, aumentando as exportações; fazer crescer o PIB, numa atividade que representa, já, 4% deste valor.
A valorização do Interior está a acontecer de forma célere e é uma realidade necessária, não só para quem nele vive, mas para todo o País.