Vacinação vai acompanhar todo o ano de 2021 com “determinação” e “segurança”
O primeiro-ministro, António Costa, referiu esta terça-feira que o processo de vacinação contra a Covid-19 “vai acompanhar todo o ano”, porque não é possível vacinar toda a população europeia em apenas um dia.
“Só na Europa, serão vacinados 450 milhões de pessoas. É preciso que se compreenda que nem se produzem num dia 450 milhões de doses, nem se administram num dia 450 milhões de doses. Este é um processo que vai acompanhar todo o ano de 2021” advertiu António Costa.
O chefe do Governo apelou para que, apesar estarmos todos “fartos” da Covid-19, possamos gerir a ansiedade face às expetativas da vacina.
“Temos de saber gerir a nossa ansiedade. Percebo bem que todos estejam fartos desta ameaça da Covid-19”, reconheceu o líder socialista.
Falando na conferência de imprensa conjunta com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, após uma reunião entre ambos no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, que constitui o primeiro ato formal da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, o líder do Executivo salientou a importância de “o momento que se está a viver na história da humanidade”.
Referindo-se ao calendário do programa de vacinação europeu, António Costa admitiu que este “pode sofrer alterações, seja porque as empresas não conseguem aumentar a capacidade de produção, ou porque podem registar-se problemas ao longo do processo de produção”.
António Costa elogiou a ação da Comissão Europeia em todo o processo de vacinação, nomeadamente em termos da aquisição conjunta e distribuição proporcional das vacinas pelos 27 países, e lembrou que cada Estado-membro tem “a liberdade de poder definir o seu próprio plano de vacinação”.
Apesar do plano de vacinação já ter arrancado, a maior parte das pessoas vão ser vacinadas nos períodos da primavera e verão deste ano.
“O grosso da vacinação vai ocorrer no segundo e terceiro trimestres deste ano, mas o plano desenvolve-se ainda até ao primeiro trimestre do próximo ano. É preciso ter consciência de que a descoberta da vacina, a sua posterior produção, compra, distribuição e inoculação não se faz num dia”, reforçou o primeiro-ministro, acrescentando que o processo “requer método, determinação e execução”.
António Costa referiu ainda, num registo mais ligeiro, que os líderes políticos europeus, “estão a fazer figas” para que a Agência Europeia do Medicamento aprove mais vacinas contra a Covid-19, salientando que “o critério fundamental é o da segurança”.
Parece que o “fazer figas” dos líderes europeus a que António Costa se referiu ontem, surtiu efeito, visto que, hoje, quarta-feira, a Agência Europeia do Medicamento aprovou a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela empresa Moderna. A União Europeia passa, para já, a dispor de duas vacinas.