União Europeia precisa de ventos de mudança
Na conferência de Imprensa que se seguiu a um encontro de cerca de duas horas entre os líderes socialistas, Pedro Sánchez fez questão de saudar os “laços ideológicos e sentimentais” que unem os dois partidos em Portugal e Espanha, recordando igualmente os trágicos acontecimentos que há um ano vitimaram 12 jornalistas do jornal satírico “Charlie Hebdo”.
Perante jornalistas de ambos os países, Sánchez foi categórico na defesa da ideia de que a União Europeia precisa de “ventos de mudança”, considerando o caso português como “um acerto” na viragem necessária.
“Partilhamos ideias e necessidades”, disse o socialista espanhol, elencando as áreas de intervenção do Governo liderado por António Costa em que o PSOE revê a sua estratégia e propostas para o país vizinho.
Segundo Pedro Sánchez, “quando as forças de mudança confluem, a vida dos cidadãos melhora”. Por isso, frisou enfaticamente, o PSOE não pactuará com o retorno da direita ao poder.
Admitindo que “este é o tempo de Mariano Rajoy constituir Governo”, uma vez que foi o PP de Espanha o partido mais votado nas últimas eleições, o líder do PSOE ressalvou que se a direita não conseguir unidade para governar, não contará com o Partido Obrero para uma aliança.
“O PSOE votará contra a investidura de qualquer candidato do PP e assumirá então a sua responsabilidade de convocar, sem confrontar, todas as forças progressistas numa grande coligação que trabalhe no sentido de criar pactos sólidos para governar e operar a mudança de políticas em Espanha”.
Responsabilizando o governo de direita liderado por Mariano Rajoy pelas fraturas e crise social que afeta a nação vizinha, Sánchez não hesitou em acusar o aversário político de confundir “maioria absoluta com absolutismo” e garantiu que trabalha para assegurar uma alternativa que mude o estado de coisas, no respeito não só das diferentes sensibilidades partidárias, como também das sensibilidades regionais, nomeadamente, no caso da Catalunha.
Sobre o Secretário-geral do PS, Pedro Sánchez não deixou de expressar uma empatia e admiração, de resto evidente, ao afirmar: “António Costa é um grande político e um excelente primeiro-ministro. Cada vez que falo com ele aprendo”.