Uma sociedade neutra em carbono é o caminho para o futuro
Foi com este anúncio que o primeiro-ministro, António Costa, iniciou esta manhã, na Culturgest, em Lisboa, a sua intervenção na sessão de lançamento da iniciativa “Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050”, encontro que contou ainda com a participação do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, e do presidente da edilidade de Lisboa, Fernando Medina.
Segundo sustentou o primeiro-ministro, é fundamental que o país caminhe o mais rápido possível no sentido de “alinhar o sistema fiscal” com o objetivo de “descarbonização”, eliminando os diversos “sinais errados” que são dados à economia pelos “incentivos aos combustíveis fósseis que ainda persistem”.
Será pois em 2018, o ano em que a fiscalidade sobre os combustíveis será objeto de uma “análise aprofundada”, garantiu o chefe do Executivo, justificando haver necessidade de se conhecer, de forma segura e objetiva, todos os “impactos ambientais associados à sua utilização”.
Em simultâneo a esta iniciativa, acrescentou ainda António Costa, o Governo vai avançar com a “revitalização da taxa de carbono” e estabelecer preços mínimos a adotar nos próximos anos, à semelhança, como recordou, do que outros países europeus fizeram ao terem reconhecido que “só com um preço de carbono forte se operará esta transição”.
Alterações climáticas
Para o primeiro-ministro, estas e outras medidas, que possam vir a ser tomadas para controlar o excesso de utilização dos combustíveis fósseis, justificam-se porque as alterações climáticas, como alertou, continuam a representar um dos “maiores desafios com que a humanidade se depara”, garantindo que o planeta está hoje muito perto de alcançar um ponto em que o aumento médio da temperatura global “trará consequências dificilmente reversíveis e críticas para todos”.
E neste aspeto como noutros relacionados com as alterações climáticas, Portugal “não será exceção”, garantiu António Costa, lembrando a este propósito a pressão que o país já hoje sente sobre o litoral, mas também o efeito das “secas e os fenómenos meteorológicos extremos”, sustentando ser fundamental tornar o território nacional mais “resiliente e adaptado” e assumir estas vertentes como uma das “prioridades do investimento no pós2020”.