Um partido a postos
Há muitos sinais que devem ser relevados e que interessa que todos os militantes ponderem.
Em primeiro lugar, o Secretariado Nacional foi profundamente renovado deixando de incorporar membros do Governo e dando prioridade aos dois combates que temos que enfrentar – as eleições legislativas regionais dos Açores e as eleições autárquicas. Esta é primeira vez que o PS assume a sua linha de rumo em autonomia com a governação, que determina a sua vida diária sem a implicação das agendas dos protagonistas políticos que encarnam os negócios do Estado. Em segundo lugar, os órgãos políticos sustentam um equilíbrio entre gerações, visões políticas divergentes e, até, proveniências profissionais que não se limitam à coisa política diária. Este é um salto de gigante que marca o funcionamento dos grandes partidos. O PS é, aqui, mais uma vez, um partido pioneiro. Em terceiro lugar, a compatibilização de opções estratégicas numa única lista para a Comissão Política. É sabido que há leituras diferentes do caminho que já seguimos e do que deveremos seguir dentro do universo de apoiantes pessoais e políticos de António Costa e é conhecida a realidade de uma minoria que, tendo ido a votos, tem um peso específico no PS de hoje. Uma Comissão Política plural é uma vantagem para um partido sadio.
Mas neste tempo de eleições importa uma referência especial. A diretora do Acção Socialista viu o seu mandato renovado. Trata-se de uma decisão justa sob o ponto de vista político, mas e principalmente, uma decisão justa sob o ponto de vista pessoal. Se o nosso órgão de comunicação partidário é uma referência europeia deve-se à Edite Estrela e à sua equipa. Pela nossa parte só podemos agradecer a paciência que tem tido em ponderar as nossas visões do mundo que, por vezes, assumem um olhar desconfiado da linha oficial.