Um mau sinal sobre funcionamento das instituições
“Depois do que se tem passado ao longo dos últimos anos, não posso dizer que esteja propriamente surpreendido, mas tenho que dizer que estou profundamente desagradado e acho que é um mau sinal da forma como as nossas instituições estão a funcionar”, enfatizou o líder socialista, no final da visita à Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), no Porto.
Na ocasião, António Costa adiantou que o Partido Socialista vai pronunciar-se sobre esta escolha “após a audição a que a pessoa indigitada pelo Governo será sujeita na Assembleia da República”, lembrando que esta “nomeação é para uma função de cinco anos, inamovível”.
E, segundo o secretário-geral do PS, “estando numa fase final da legislatura”, seria saudável que “não houvesse substituições de funções desta natureza sem que isso correspondesse a um largo consenso na sociedade portuguesa”.
“Sobretudo depois de vários anos os portugueses estão bem cientes da necessidade de reforçar a credibilidade, a isenção, a imparcialidade, o rigor da autoridade reguladora. E isso significa que nós temos que reforçar a credibilidade de instituições como o Banco de Portugal porque obviamente é importante que o mercado funcione mas é indispensável que o mercado funcione regulado”, clarificou.
De seguida, acrescentou que “é também um mau sinal esta aposta na manutenção de uma regulação que manifestamente não deu bons sinais e que julgamos que não é um sinal que reforce a confiança que os portugueses exigem ter nas instituições reguladoras em Portugal”.
Por seu lado, o líder parlamentar do PS, Eduardo Ferro Rodrigues, considerou que a proposta de recondução do governador do Banco de Portugal demonstra que o primeiro-ministro e o Presidente da República não foram levados ao “engano” quando expressaram confiança no BES, enganando milhares de investidores.