Um homem extraordinário e um dos principais legisladores da democracia
“Almeida Santos foi um homem extraordinário. Foi um dos grandes legisladores que construiu o Estado de Direito democrático a seguir ao 25 de abril e foi um dos obreiros da descolonização”, afirmou o primeiro-ministro.
António Costa sublinhou que Almeida Santos “foi um homem que ao longo de toda a sua vida pública, no Governo, como deputado, como presidente da Assembleia da República, como presidente do Partido Socialista, deu sempre tudo do melhor que sabia e tinha tanto, tanto, para dar à política, à democracia e às ideias em que acreditava”, acrescentando que “foi com enorme tristeza que soube do seu falecimento”.
Para o primeiro-ministro, o presidente honorário do PS “era daquelas pessoas que nos levava a acreditar que havia vida eterna na Terra”. E isto porque, explicou, “eu era um miúdo quando comecei a ver o Almeida Santos a falar na TV. Fez parte de todo o meu crescimento e de toda a minha formação. É com tristeza que o vejo partir”.
António Costa enviou ainda “um grande abraço de amizade” à família, mulher, filhas, filhos, netos, com a certeza que “manteremos eternamente com Almeida Santos”.
Homenagem em Cabo Verde
Entretanto, os primeiros-ministros de Portugal, António Costa, e de Cabo Verde, José Maria Neves, vão prestar amanhã uma homenagem ao papel desempenhado no processo de descolonização pelo presidente honorário do PS, Almeida Santos.
António Costa falava hoje aos jornalistas, em conferência de Imprensa conjunta com o seu homólogo cabo-verdiano, José Maria Neves, após ser questionado se mantinha na quarta-feira o seu programa de visita oficial a Cabo Verde.
“Vou manter o programa oficial e, certamente que na quarta-feira, que é um dia muito importante em Cabo Verde – o Dia dos heróis da Nação – certamente que haverá ocasião para também prestarmos uma homenagem a Almeida Santos. Como disse o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, Almeida Santos teve também um papel decisivo na História de Cabo Verde”, disse.
António Costa referiu-se ao papel desempenhado por Almeida Santos, enquanto ministro da Coordenação Interterritorial após o 25 de Abril de 1974, para a concretização das independências dos países africanos de expressão oficial portuguesa – “um processo que pudemos celebrar no ano passado quando fez 40 anos”.
“Estamos perante um momento de tristeza partilhada por todos e a melhor forma de rendermos homenagem ao seu combate e luta pelo que nos legou é prosseguirmos este novo ciclo histórico que se abriu há 40 anos quando se firmaram os acordos pela independência, designadamente de Cabo Verde”, sublinhou ainda.