UM GOVERNO ESGOTADO E SEM ÉTICA
O caso das Comunidades Portuguesas é um bom exemplo. Ao contrário do programa eleitoral do PS que é inovador, aberto e pretende fazer uma verdadeira rutura com o passado, a coligação de direita apresenta-se sem ideias novas, mas perigosamente na continuidade das políticas que foram um verdadeiro desastre para os portugueses residentes no estrangeiro. Ao mesmo tempo que houve um aumento brutal da emigração, com a saída de perto do meio milhão de portugueses entre permanentes e temporários, houve um enorme retrocesso ao nível do Ensino de Português no Estrangeiro, no atendimento consular, nos apoios sociais e noutros domínios, seja por ação ou por omissão.
Tão mau como isto, só o facto de o Governo não se ter preocupado com políticas e medidas substanciais, mas ter apostado muito na fixação de uma rede clientelar no movimento associativo ou entre os luso-eleitos, nos chamados encontros mundiais, que foram claramente marcados pela parcialidade partidária e sem a preocupação de procurar um benefício para o país e para as comunidades. As iniciativas que foram organizadas não tiveram nem continuidade nem sustentabilidade. Ficou apenas a obsessão de agradar aos do seu partido ou com a mesma afinidade política. Um péssimo exemplo para a democracia! Fiz esta denúncia a seu tempo, tão descarada era a situação e tão grave para a igualdade de oportunidades que o Estado deve promover. Com efeito, esta atitude é totalmente inaceitável, porque um Governo não pode ser um instrumento para promover o favorecimento partidário.
Quanto ao mais, verifica-se facilmente que as políticas de que o Governo se vangloria são mera fachada. O exemplo mais evidente disso são os “apoios” aos empresários das nossas comunidades, através do Gabinete de Apoio ao Investidor na Diáspora e da Plataforma 560. A verdade é que não existe qualquer informação sobre estes apoios nem sobre os resultados, não obstante termos insistido várias vezes para a obter. E por uma razão simples: é tudo uma construção de fachada.
Falta ética a esta governação de direita. Falta-lhe uma verdadeira consideração pelas pessoas e pelo país. Falta-lhe sensibilidade social. Falta sentido estratégico e patriótico. E é por isso que precisa de ser substituído por uma alternativa de confiança e por um Primeiro-Ministro de confiança: António Costa.