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UM DIA HISTÓRICO

UM DIA HISTÓRICO

Hoje, sim, é um dia histórico. Para os partidos de esquerda, para os cidadãos que neles votaram, para a democracia. Um dia histórico para Portugal. Um novo governo toma hoje posse, um governo defensor de serviços públicos de qualidade, um governo promotor da igualdade e da não discriminação, um governo com sensibilidade social, um governo de esperança. Um governo que se propõe virar a página de quatro anos e meio de empobrecimento do país.

Opinião de:

UM DIA HISTÓRICO

Muitos foram os que tentaram inviabilizar a solução. A direita, agarrada ao poder, insultou. Contra a lógica e as regras democráticas, invocou tradições sem antecedentes e apelidou de “ilegítimo”, “fraudulento” e “golpe de Estado” o que é natural nos países europeus mais desenvolvidos: governa quem consegue uma maioria parlamentar de apoio. Objetivo que a coligação PSD/CDS não alcançou.

O Presidente da República foi igual a si próprio. Marcou as eleições o mais tarde que a lei lhe permitia. Desrespeitou o voto de um milhão de portugueses. Protegeu a sua família política até ao limite. Pressionou os deputados. Deu posse a um governo com morte anunciada. Perdeu tempo, invocou dificuldades, exigiu explicações, protelou a decisão e…marcou a tomada de posse a coincidir com a reunião plenária da Assembleia da República. 

 Agora, é tempo de olhar em frente com confiança. Hoje é o primeiro dia do resto de quatro anos de uma legislatura especial, que se prevê excecionalmente exigente e empolgante. Hoje é o primeiro dia de um governo de esquerda, legítimo e constitucional, formado por pessoas bem preparadas técnica e politicamente, lideradas por António Costa, um governante competente e experiente, reconhecido pelos próprios adversários como o melhor político da sua geração. 

Hoje toma posse um governo inovador e de inegável qualidade. Que surpreendeu analistas, comentadores e fazedores de opinião, e que foi bem-recebido pela opinião pública em geral. É um excelente governo. Não escondo que gostaria de ver mais mulheres ministras. Ausência em parte compensada a nível de Secretárias de Estado (16 mulheres em 41), pela qualidade das escolhidas e pela atribuição de pastas e responsabilidades tradicionalmente masculinas. São mulheres de mérito reconhecido, com invejáveis curricula, respeitadas pelos seus pares. Conheço e admiro as quatro ministras – Maria Manuel Leitão Marques, Francisca Van Dunem, Constança Urbano de Sousa e Ana Paula Vitorino – e tenho a certeza de que vão ser motivo de orgulho para as portuguesas e que vão granjear o respeito dos portugueses.

Boa sorte e bom trabalho.