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Um ato falhado que confirma uma direita minoritária no país

Um ato falhado que confirma uma direita minoritária no país

Esta moção de censura ao Governo apresentada pelo CDS já nasceu com o destino traçado de “ato falhado”, disse o primeiro-ministro hoje na Assembleia da República, reconhecendo-lhe, contudo, a “virtualidade” de confirmar que a direita não só permanece em minoria no Parlamento, como “não dispõe” de “qualquer alternativa viável de Governo”.

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Um ato falhado que confirma uma direita minoritária no país

Um ato falhado e sem qualquer sustentação ou credibilidade política que ao ser rejeitada, como será, “reforça a credibilidade internacional do Governo”, que é “sustentada na redução das taxas de juro e no crescimento do investimento”, medidas que entre outras, segundo António Costa, “têm trazido tranquilidade à vida dos portugueses”.

Para o primeiro-ministro, trata-se, em suma, de uma moção de censura envolta num “artificialismo” patente nos seus fundamentos, em que o CDS se pretende apresentar como “porta-voz das lutas sindicais, que sempre combateu, campeão do investimento público, que sempre diabolizou, guardião do Serviço Nacional de Saúde, contra o qual votou e nunca desistiu de querer destruir”.

António Costa respondeu ainda a algumas das críticas inscritas nesta moção de censura, acusando o CDS e a sua líder de “pretender que o Governo cumpra não só o que o CDS considerava impossível de cumprir em 2015, mas, também, o que o Governo nunca prometeu”.

A este propósito, lembrou a incoerência do CDS quando, em parceria com o PSD no anterior Governo, afirmava que só este ano de 2019 é que seria possível repor os salários dos funcionários públicos, “quando o que prometemos e cumprimos”, lembrou António Costa, foi que “o iriamos fazer de forma integral em 2016 e 2017”, do mesmo modo que, quando o CDS anunciou que o Governo de que fazia parte só iria eliminar a sobretaxa do IRS em 2019, “nós já o fizemos em 2016 e em 2017, tal como tínhamos aliás prometido”.

António Costa lembrou ainda algumas promessas feitas – “e cumpridas” – pelo Governo do PS, designadamente na redução do IRS e do IVA e na promessa cumprida de criar o gasóleo profissional, lembrando que “não prometeu reduzir mais nenhum imposto e também está a cumprir”.
Ainda de acordo com o primeiro-ministro, a receita contributiva está a subir em Portugal, não por aumento dos impostos, “mas fruto do crescimento económico, pelo aumento do emprego e dos salários que melhora a receita da Segurança Social, pelo aumento da procura interna que melhora a receita de IVA e pelo aumento da atividade das empresas que melhora a receita do IRC”.

Também em matéria de política de saúde, e segundo o primeiro-ministro, o CDS “esconde” o que verdadeiramente quer e defende, lembrando que sempre sustentou como reforma do SNS a sua “dissolução na concorrência entre os setores público, privado e social”, modelo que para António Costa não permite que o CDS se possa “arvorar no guardião do SNS público, universal e tendencialmente gratuito que a Constituição garante”.

O líder socialista acusou ainda o CDS de ter defendido, no anterior Governo de que fazia parte, “um corte nas pensões em pagamento de 600 milhões de euros”, garantindo que o atual Executivo, “contra a vontade do CDS”, tem vindo a “cumprir, ponto por ponto, tudo a que se comprometeu com os portugueses, com os parceiros parlamentares e com as instituições internacionais”.

“Por isso”, conclui António Costa, “a direita merece continuar em minoria no país, para bem de Portugal e dos portugueses”.