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“Todos me pedem para correr com eles”

“Todos me pedem para correr com eles”

O PS orgulha-se de ser hoje o único partido capaz de unir os portugueses em torno de valores tão importantes como a recuperação da autoestima, “abocanhada” pelo Governo nestes últimos quatro anos, afirmou António Costa no final de um grande comício no Porto.

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“Todos me pedem para correr com eles”

O Secretário-geral do PS acusou a coligação PSD/CDS de ser hoje integrada por partidos que se radicalizaram, advertindo que nas legislativas não há segunda volta: ou “ganha-se ou perde-se para quatro anos”, reiterando o apelo a “uma maioria absoluta do PS”.

Lamentou que Paulo Portas e Passos Coelho tenham optado por se afastarem politicamente das matrizes iniciais dos seus partidos, face aos valores humanistas cristãos e sociais-democratas, “conferindo-lhes uma orientação neoliberal”.

O líder socialista acusou a coligação de estar a tentar apresentar-se aos portugueses como a “avozinha do capuchinho vermelho”, quando na realidade é o “lobo mau”, prevenindo para as consequências “dramáticas” de uma eventual continuidade do atual Governo em funções.

Do enorme role de malfeitorias que a coligação de direita perpetrou contra os portugueses nestes quatro anos, António Costa destacou a “traição feita à confiança dos eleitores”, com cortes nos salários da Função Pública e nas pensões, aumento de impostos, o descalabro na educação e a miséria em que transformou o Serviço Nacional de Saúde, ou ainda o garrote que impôs à ciência e à investigação, pedindo “muita cautela” aos eleitores nesta campanha eleitoral porque “quem desuniu os portugueses não está agora em condições de os unir”.

Falou depois sobre a estabilidade governativa, acusando PSD/CDS de procurarem “assustar os portugueses”, referindo na ocasião que a única estabilidade que a coligação tem para oferecer é para “manterem os cargos que ocupam” e não a estabilidade para os pensionistas, “que temem um novo corte de 600 milhões de euros, ou para os idosos, que têm medo de um novo aumento das taxas moderadoras, ou ainda para as famílias que fazem contas para saber se conseguem pagar a renda da casa ou o IMI”.

Depois de “tudo o que fizeram nesta legislatura à vida das famílias e das empresas”, garantiu António Costa, “não há maior susto para os portugueses do que a ideia de que eles possam continuar a governar o país”, lembrando que todos os dias “me pedem para correr com eles do Governo”.

António Costa falava ao lado de Nuno Portas, pai do ainda vice primeiro-ministro e de Fernando Aguiar-Branco, pai do também ainda ministro da Defesa, garantindo que a radicalização imposta pelos líderes da coligação de direita está a justificar que muitos democratas-cristãos e sociais-democratas “estejam hoje a apoiar o PS”.

A direita está desligada da realidade

Antes falou o cabeça de lista do PS pelo Porto, Alexandre Quintanilha, investigador, doutorado em Biofísica e professor catedrático no Instituto Abel Salazar, que acusou Paulo Portas de assumir hoje posições políticas muito diferentes e contrárias às que assumia quando apenas liderava o CDS na oposição.

Para Alexandre Quintanilha o ainda vice primeiro-ministro anda “desligado da realidade” e a viver “bem lá no fundo nos submarinos”, afirmando que a coligação de direita empurrou Portugal para um “reaganismo” neoliberal.

Advertiu, por isso, para os “riscos do neoliberalismo”, dando como exemplo o que aconteceu nos Estados Unidos da América, onde viveu largos anos, durante a presidência de oito anos de Ronald Reagan”, garantindo que só o PS está em condições de “inverter e alterar a trajetória nefasta que a coligação de direita está a impor desde há quatro anos a Portugal”.

Incapacidade da direita para o diálogo

Antecedendo o grande comício do Porto, António Costa esteve em Gondomar, onde assegurou que a forma como o Governo “desprezou” o setor da restauração, “um setor fundamental para a nossa economia”, é um exemplo da sua “incapacidade para o diálogo”, ficando mais uma vez provado “que não tem condições para continuar”.

O líder socialista lembrou a este propósito, que o resultado da incompetência e da incapacidade do Governo para dialogar com o setor, levou a restauração a perder mais de 30 mil empresas e 90 mil postos de trabalho, garantindo que o PS manterá o compromisso já assumido de que o IVA da restauração será reposto nos 13%.

De acordo com o líder do PS, os eleitores têm de assegurar que não há uma segundo oportunidade para este Governo, depois de “tanto mal que fez a tantas empresas e a tantos trabalhadores”.