home

Teixeira dos Santos: “A verdadeira exigência é de termos um Orçamento capaz de ganhar a …

Teixeira dos Santos: “A verdadeira exigência é de termos um Orçamento capaz de ganhar a …

Teixeira dos Santos disse hoje que o PSD partiu para as negociações sobre o Orçamento a contra- gosto, por pressão e unicamente preocupado em “obter bandeiras de propaganda”.

Veja o vídeo…

Tendo ao seu lado o ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, e os secretários de Estado Emanuel dos Santos e Sérgio Vasques, o ministro de Estado e das Finanças leu uma declaração inicial com várias críticas ao comportamento negocial do PSD ao longo dos últimos dias.
“O PSD aceitou uma negociação a contra-gosto, veio para as negociações não por vontade própria, mas porque não pôde ignorar a pressão enorme que sobre este partido se fez para que tivesse um gesto de diálogo”, acusou Teixeira dos Santos.
O ministro de Estado e das Finanças disse ainda: “o PSD esteve mais preocupado em obter bandeiras de propaganda e de popularidade e não propriamente para chegar a um compromisso que sirva os interesses do país”.
Para Teixeira dos Santos, desde o início “o PSD achou que estava a fazer um favor ao Governo” ao sentar-se à mesa das negociações “e não a servir os interesses do país”.
“Porque achava que estava a fazer um favor ao Governo, o PSD sempre considerou que tinha o direito de ganhar algo com esta negociação e que não tinha que apresentar propostas que neutralizassem os impactos das duas medidas”, afirmou.
Ainda na perspectiva de Teixeira dos Santos, este estilo de comportamento negocial “é próprio de quem acha que tem o direito de exigir e não de contribuir para uma solução equilibrada”.
“O PSD sempre entendeu que não lhe competia propor medidas que impedissem o agravamento do défice que resultaria do agravamento do défice se as suas exigências fossem acatadas. Essa pouca preocupação com o cumprimento do objectivo orçamental não me surpreendeu”, disse Teixeira dos Santos.
“Há quem acuse o Governo de ser inflexível. Sim, sou inflexível, porque o défice tem de ser de 4,6 por cento no próximo ano”, declarou Teixeira dos Santos.
Segundo o ministro de Estado e das Finanças, confrontado com propostas feitas pelo PSD ao longo das conversações, “não podia aceitar soluções de sub-orçamentação”.
“Daí só resultaria que a já delicada situação em que o país se encontra nos mercados financeiros ainda pioraria de forma significativa”, argumentou.
Na sua declaração Teixeira dos Santos voltou a frisar que “Portugal precisa de ter um Orçamento”.
“Mas o que se exige acima de tudo é que o Orçamento seja capaz de restaurar a confiança dos mercados. Isso impõe o cumprimento de objetivos credíveis”, defendeu.
Por isso, segundo Teixeira dos Santos, um acordo “nunca poderia fragilizar a credibilidade do Orçamento perante aqueles que nos emprestam dinheiro”.
“O acordo – é certo – representa uma exigência, mas não pode ser um acordo qualquer. A verdadeira exigência é de termos um Orçamento capaz de ganhar a confiança dos mercados e, por isso, Portugal não podia aceitar exigências que comprometessem os objectivos a atingir, particularmente exigências que provocassem sub-orçamentação – isto é, esconder o défice”, acrescentou.