“A TAP tem de crescer e, para crescer, precisa de se abrir aos investidores internacionais. Essa é a razão porque entendemos que a opção é uma opção adequada. Entendemos também que Portugal deve manter a maioria da estrutura acionista, a maioria dos seus capitais, para assegurar quatro objetivos primordiais” no interesse do país, disse líder socialista, numa declaração na sede nacional do PS, em Lisboa.
O primeiro dos objetivos, apontou, passa por “garantir que Hub fica sediado em Lisboa”. O segundo objetivo é o de “garantir uma ligação com as comunidades portuguesas no estrangeiro, enquanto fator estratégico da afirmação de Portugal no mundo”. Em terceiro lugar, a TAP deve também “continuar a funcionar como um instrumento do desenvolvimento da nossa economia, que assenta, em grande medida, no turismo”, enunciou. Finalmente, a companhia nacional deve “continuar a ser um fator de coesão territorial, assegurando o serviço público às regiões autónomas dos Açores e da Madeira, e assegurando também a articulação e o serviço público quer ao Porto quer ao Algarve”, concretizou.
O líder socialista deixou, ainda, duas exigências sobre a decisão do executivo, a primeira das quais é que “o ponto de partida seja também o ponto de chegada”, ou seja, que os pressupostos da privatização agora estabelecidos não possam ser alterados por “nenhum acordo parassocial” no decorrer do processo.
A “segunda exigência” é que os três mil milhões de euros investidos pelo Estado na companhia durante a pandemia “devem, no médio e no longo prazo, ser objeto de reembolso aos contribuintes portugueses”, disse.
José Luís Carneiro não deixou, contudo, de fazer um reparo crítico à declaração do primeiro-ministro sobre a companhia aérea nacional, ao ter afirmado que o Governo não quer continuar “a deitar dinheiro para um poço que não tem fundo”.
“Acho uma afirmação errada”, disse o líder socialista, apontando que a declaração de Luís Montenegro, numa altura em que se vai abrir os capitais da TAP a investidores privados, “pode contribuir para a sua depreciação e não para a sua apreciação enquanto um ativo estratégico do Estado português”.