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Superar esta crise é um desígnio que nos deve unir a todos

Superar esta crise é um desígnio que nos deve unir a todos

Portugal está hoje “perante um triplo desafio”: controlar a pandemia, recuperar da crise económica e social e garantir a construção do futuro mais robusto, com menos desigualdades, mais próspero, coeso e sustentável”, defendeu o primeiro-ministro no Parlamento.

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Superar esta crise é um desígnio que nos deve unir a todos

Na intervenção que fez esta tarde no Parlamento, na abertura do debate temático sobre o Plano de Recuperação e Resiliência da economia portuguesa, o primeiro-ministro, depois de apelar, uma vez mais, a todas as forças políticas representadas na Assembleia da República para que deem o seu “contributo” para o engrandecimento e fortalecimento deste plano, lembrou que a “superação desta crise”, trazida pela pandemia da covid-19, “é um desígnio que nos deve unir a todos”, tendo acrescentado que a execução dos recursos financeiros europeus ao longo dos próximos anos “exige a mínima burocracia e a máxima transparência”.

Os enormes desafios que o país tem pela frente não se esgotam, contudo, como referiu, na defesa imediata de mais e melhor qualidade dos serviços públicos de saúde, na urgência da proteção dos rendimentos, empregos e empresas, mas na forma como o país vai querer olhar para estes e outros assuntos da vida coletiva “a médio e a longo prazo”.

Para António Costa, é curto querer olhar apenas para a recuperação da economia portuguesa tendo como referência “onde estávamos em fevereiro deste ano”, defendendo que avançar e reforçar a qualidade da economia e o bem-estar das famílias tem agora que significar “acelerar o futuro”, mencionando que Portugal tem de “sair desta crise ainda mais forte”, com serviços públicos “mais eficientes, empresas mais capitalizadas e produtivas, com emprego mais qualificado e com melhores salários”.

Para que tudo isto passe das palavras aos atos, ainda segundo o primeiro-ministro, é fundamental que o país disponha de “uma visão estratégica” com um “horizonte duradouro” que seja um guia orientador das políticas públicas, sustentada num quadro “inspirador para os agentes económicos, para a comunidade científica e para a sociedade em geral”, defendo que o trabalho desenvolvido pelo professor Costa Silva oferece-nos, nos seus 10 eixos de atuação, uma “base sólida e ambiciosa para enfrentar o desafio da recuperação com os olhos postos no futuro”.
Um documento que António Costa considera estruturante para a recuperação da economia portuguesa e que terá agora, como salientou, que ser levado à prática ao “longo da década”, voltando uma vez mais a apelar a todas as forças partidárias representadas no Parlamento, mas também aos parceiros sociais, às regiões autónomas e às autarquias locais a darem o seu contributo, lembrando que a superação desta crise “implica o empenhamento de todos”.

Três prioridades para acelerar o futuro

O primeiro-ministro elencou depois o que considera serem as três prioridades que hão de reforçar as sinergias do futuro desenvolvimento da economia nacional, começando por referir que o primeiro destes instrumentos é o Programa de Recuperação e Resiliência, que tem de “reforçar a robustez social, económica e territorial”, acelerar a “dupla transição digital e climática e respeitar as recomendações específicas para Portugal, formuladas nos semestres europeus de 2019 e 2020”.

Para António Costa, a primeira destas prioridades está na resposta às “vulnerabilidades sociais” que a crise sanitária mais evidenciou, destacando, nomeadamente, o “reforço do SNS, melhorar as respostas sociais aos mais velhos, responder às carências habitacionais e integrar os territórios de exclusão que fraturam as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto”.

Uma segunda prioridade passa por aumentar o potencial produtivo investindo nas “qualificações”, designadamente na “modernização do ensino profissional e na formação ao longo da vida”, mas também no “aumento do número e na diversificação dos estudantes a frequentar o ensino superior”, reforçando a “interface” entre a Ciência e o tecido produtivo, não só na indústria, mas também ao nível dos serviços ou na agricultura, tudo isto, como assinalou, enquadrado num suporte que tem em vista a “reindustrialização e reconversão em setores estratégicos para a nossa integração nas cadeias de valor globais”.

Finalmente, uma terceira e última prioridade, que terá de passar, ainda na opinião de António Costa, por assegurar que Portugal seja um território “mais competitivo externamente e mais coeso internamente”, o que se conseguirá alcançar, ainda segundo o líder socialista e primeiro-ministro, fazendo um grande investimento entre a “reforma da floresta e a modernização das áreas de localização empresarial e das suas acessibilidades”, problemática que, sustentou, “assentará no reforço das ligações transfronteiriças indispensáveis à afirmação da centralidade do nosso interior no conjunto do mercado ibérico”.