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Povo português vai dar uma lição à direita em outubro

Povo português vai dar uma lição à direita em outubro

Derrotar a coligação PSD/CDS nas próximas eleições de 4 de outubro é a missão de “importância decisiva” com a qual o PS está comprometido neste momento. Numa intervenção durante o YES Summer Camp, o acampamento dos jovens socialistas europeus, Manuel Alegre manifestou-se convicto de que o PS “vai descolar” face à coligação e que “o povo português dará uma lição à direita”.

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Povo português vai dar uma lição à direita em outubro

Para o histórico socialista, é preciso criar uma alternativa à política do Governo que “atacou duramente o Estado Social “ e que agora “tem como projeto a privatização da Segurança Social”.

Em Santa Cruz, no concelho de Torres Vedras, e perante dezenas de jovens, que instou a não terem “ilusões” e a travarem “este combate decisivo para o futuro do nosso país”, lembrou que a direita coligada “aproveitou a situação em que estava o país para pôr em prática o seu próprio plano ideológico, desvalorizou o trabalho, baixou as pensões, vendeu os bens públicos, setores estratégicos da nossa economia, ao desbarato”.

De seguida, saudou o “programa inteligente” do PS, que propõe “criar uma alternativa diferente no plano político, no plano económico e no plano social”, sem, no entanto, prometer “uma rutura com as regras”.

“É com pequenos passos em cada país, e com a coordenação entre o nosso país e outros, que se podem dar depois outros passos para salvar o projeto europeu”, já que, sublinhou, a Europa está “pervertida e subvertida”, com “as políticas de austeridade, com ausência de um projeto comum, com a desigualdade entre as nações, com um fluxo migratório nunca visto e com as sondagens a darem a maioria a Marine Le Pen, com grandes perturbações na política italiana”.

“Se não houver uma maior coordenação dos partidos socialistas, vamos assistir a uma emergência da xenofobia e dos partidos da extrema-direita em toda a Europa”, alertou.

A terminar, Manuel Alegre apontou que a mudança necessária, quer em Portugal quer na Europa, não se fará sem “regressarmos à origem do socialismo”.

E à direita deixou um aviso claro: “As pessoas que sofreram com as políticas de austeridade não vão esquecer. No dia 4 de outubro, o PS vai mesmo descolar e o povo português vai dar-lhes uma lição”.

Governo quebrou a confiança dos portugueses

Por sua vez, o diretor de campanha do PS, Duarte Cordeiro, acusou o Governo de afrontar institucionalmente o Tribunal Constitucional (TC), responsabilizando o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, por escolher ser “alguém que quebrou a confiança dos portugueses na forma como governou”

E acrescentou que o Executivo PSD/CDS “só não foi mais longe porque o TC, felizmente, o impediu de cortar mais rendimentos a funcionários e a pensionistas”.

Europa corre para o fundo no financiamento do Estado Social

O ex-secretário de Estado da Segurança Social, Pedro Marques, alertou ontem que “a Europa está a correr para o fundo em termos de financiamento do Estado social”, num momento em que não é possível antever “o que vai acontecer com as transformações sociais brutais” que resultaram das políticas de austeridade dos últimos anos.

Intervindo no debate “Projetar o Estado Social”, que integrou o programa de ontem do YES Summer Camp, Pedro Marques defendeu que “há uma mudança indesejável no modelo social europeu”. O que acontece, sublinhou, quando existe uma enorme incerteza sobre o impacto que “as transformações sociais brutais que o desemprego de longa duração, o desemprego jovem e os movimentos migratórios para a Europa vão provocar sobre o tecido social europeu”.

“Não é possível saber para onde estaremos a caminhar nos próximos anos, mas não estamos certamente a caminhar para esse crescimento económico que agora nos prometem como uma quase inevitabilidade em resultado das políticas de austeridade”, sustentou o antigo governante socialista, num painel que contou igualmente com a participação da eurodeputada Maria João Rodrigues, da presidente da Assembleia Municipal de Lisboa e candidata a deputada, Helena Roseta, e do sociólogo Alfredo Bruto da Costa.