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Sucesso de Portugal passa pela consolidação com crescimento da economia

Sucesso de Portugal passa pela consolidação com crescimento da economia

Há muitos anos que a economia portuguesa não “beneficiava de tão boas condições de financiamento” como hoje dispõe, garantiu ontem em Bruxelas o ministro Mário Centeno, dando como exemplo o facto de as taxas de juro terem baixado dos 2% a dez anos.

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Sucesso de Portugal passa pela consolidação com crescimento da economia

Falando no final da reunião dos ministros das Finanças da União Europeia, Mário Centeno, depois de considerar como uma “marca relevante” o facto de as taxas de juros estarem abaixo dos 2% a dez anos, elogiou o resultado da política orçamental do Governo, por estar a “mostrar capacidade para reduzir a dívida”.

Na ocasião, o ministro das Finanças manifestou “plena confiança” na avaliação que Bruxelas fará do Orçamento do Estado para 2018, garantindo que Portugal vai “muito em breve” antecipar mais um pagamento ao FMI, num valor que andará “muito próximo dos três mil milhões de euros”, o que permitirá, segundo Mário Centeno, reduzir o “custo médio do endividamento”, mantendo a “maturidade média da dívida e reforçando as condições muito boas de financiamento da economia portuguesa”.

O Governo português, garantiu o titular da pasta das Finanças, “está bastante confiante” que a apreciação e a análise que vier a ser feita por Bruxelas em relação ao OE2018 mostrará que o “esforço de consolidação das contas públicas, associado a um crescimento da economia”, algo que o ministro das Finanças considera ser, na maior parte das vezes, um “objetivo difícil de atingir numa economia”, mas que está a ser feito em Portugal com sucesso, sendo que este é, em sua opinião, o “nosso maior ativo neste momento”. 

Apostar no crescimento

De acordo com o ministro, sendo este, por um lado, um orçamento de “consolidação orçamental”, ele é também um instrumento que pretende promover o “crescimento inclusivo”, o que é “mais do que justo”, sustentou Mário Centeno, depois de os portugueses terem feito “um enorme esforço” durante um longo período de ajustamento.

Sendo este o espírito que norteia o OE2018, segundo Mário Centeno, ou seja, um orçamento de maior e mais justa distribuição da riqueza, ele não perde contudo de vista o necessário contexto de “enorme responsabilidade e de rigor”, algo que “ninguém consegue pôr em causa”, garante o ministro, lembrando que, quer na reação dos mercados, quer em todos os indicadores económicos, desde o mercado de trabalho até ao investimento, passando pelas exportações, “tudo nos indica”, sustentou o ministro Mário Centeno, que o esforço que o país está a fazer no presente é não só o mais adequado, como vai ajudar e permitir que, no futuro, haja uma significativa redução da dívida pública.

União Económica e Monetária

Sobre a reunião que ontem o levou a Bruxelas, Mário Centeno disse que os ministros das Finanças da zona euro centraram a sua discussão sobre temas relacionados com o aprofundamento da União Europeia, tendo destacado, designadamente, os relacionados com a União Económica e Monetária, a criação de um mecanismo de apoio ao fundo de resolução europeu, ou ainda, sobre as condições para avançar com um mecanismo de garantia de depósitos a nível europeu. 

Outro assunto relevante, igualmente abordado nesta reunião, no âmbito da política orçamental, adiantou ainda o ministro das Finanças, tem a ver com a necessidade de se introduzir uma “capacidade orçamental” para a área do euro, medida que Mário Centeno sublinhou ser de “importância estratégica” para poder ser utilizada para “apoiar investimentos” com o mecanismo de estabilização, também em termos cíclicos, na área do euro, “em complemento com a capacidade da política monetária”. 

Liderança do Eurogrupo

Outros dos temas que não podia fugir à apreciação do ministro das Finanças, assunto que ultimamente tem estado nas primeiras páginas dos jornais internacionais, é a hipótese de Mário Centeno poder vir a ocupar a presidência do Eurogrupo, já a partir do próximo mês de janeiro, quando o atual titular, o holandês Jeroen Dijsselbloem, deixar o cargo.

Em resposta aos jornalistas, Mário Centeno, depois de considerar que foi “simpática a frase” de apoio do seu homólogo espanhol, Luis Guindos, que manifestou publicamente apoio de Espanha a uma eventual candidatura portuguesa ao cargo, reiterou que esta não é uma matéria que esteja já na agenda, preferindo realçar as conversas que se têm multiplicado entre os vários ministros das Finanças da zona euro, com o objetivo de que a próxima presidência do fórum de ministros das Finanças da zona euro seja reformista, matéria sobre a qual, como realçou, “Portugal e Espanha estão em total sintonia”.

Ou seja, como acentuou o ministro português, ambos os países defendem ser possível avançar “ao mesmo tempo” na área do euro, com uma “dimensão de política monetária e uma dimensão de política orçamental”.

Para Mário Centeno, o que é importante é que na futura liderança do Eurogrupo passe a existir uma presidência que tenha uma plataforma de ação “próxima daquilo que são os princípios que Portugal tem defendido para a União Europeia”, pelo que o Governo português, como recordou, já manifestou o seu interesse em ter “alguém do Partido Socialista Europeu à frente desta presidência”.