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SONDAGENS

SONDAGENS

Há algo de estranho na maioria das sondagens que por aí andam.

Opinião de:

Devolver o SNS aos portugueses

No passado, a posição relativa dos vários partidos era, invariavelmente, o modelo seguido. Hoje, porém, o PS já só raramente é comparado com o PSD. Agora, é quase sempre medido face à soma do PSD com o CDS.

Dir-se-á que isso é natural, dado que a coligação foi renovada. Só que esse método de análise esconde, por exemplo, que o PS está hoje com uma apreciação popular muito acima da formação partidária a que pertence o primeiro-ministro em funções. 

Não é inocente que as sondagens não comparem PS com PSD – em muitos casos, isso é feito deliberadamente para desvalorizar a circunstância do PS estar, em termos de sondagens, a uma distância quase histórica face ao PSD. 

Os céticos desta leitura regressarão “à luta”, retorquindo: mas é ou não o somatório dos dois partidos da coligação que realmente conta para formar governo? Claro que é. Só que há um pequeno, embora não despiciendo, pormenor de que, curiosamente, muito poucos analistas falam: é que a coligação PSD/CDS só poderia vir governar se viesse a ter uma nova maioria absoluta. E aqui há uma unanimidade incontroversa: não há nenhuma sondagem, mesmo as mais otimistas, que aproxime, ainda que minimamente, a coligação cessante do limiar dessa maioria absoluta, isto é, os cerca de 45% dos votos necessários. 

E, neste particular, as coisas são muito claras: se a coligação não obtiver maioria absoluta, não poderá nunca formar governo. Porquê? Porque é mais do que óbvio que nenhum partido da atual oposição irá viabilizá-lo. 

Já o mesmo problema não terá o PS se, por si só, não vier a obter uma maioria absoluta. É que, potencialmente, para ver um seu governo aprovado na Assembleia da República, bastar-lhe-á contar com a abstenção de partidos à sua esquerda. 

Os mais céticos ainda poderão argumentar: então o PCP e o Bloco não se aliaram à direita, em 2011, para derrubar o governo PS de então? É verdade. Mas alguém acha que o poderiam vir a fazer agora, dando a mão à continuidade da maioria cessante, depois dos quatro anos que os portugueses experimentaram sob a sua governação e imediatamente após uma campanha eleitoral que farão contra ela?