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Socialismo sem fronteiras

Socialismo sem fronteiras

Não constitui particular novidade dizer-se que a União Europeia vive tempos difíceis, ou denunciar a insuficiência das políticas comuns, como deixam transparecer o Brexit e a resposta europeia a todas as últimas crises.

Opinião de:

Descentralizar competências é a forma mais eficaz de responder aos problemas das populações

O percurso europeu nos dias que correm está carregado de ironias.

Enquanto uns procuram sair do projeto europeu, outros pretendem aderir à Europa da solidariedade, da prosperidade e das fronteiras abertas, impulsionados pelos desígnios dos pais fundadores da União.

Perante esta realidade, não deixa de ser curiosa a opção política do executivo comunitário de Juncker ao afastar, até 2019, a possibilidade de novos processos de adesão, como é o caso da Albânia, destino de uma recente visita da Juventude Socialista, a propósito do LSI Summer Camp.

A Albânia tem dado passos firmes na consecução dos objetivos tendentes à integração europeia, seja na justiça, com a reforma do sistema judicial recentemente aprovada, seja na área dos transportes e das comunicações, com a construção de várias infraestruturas essenciais à mobilidade, seja na educação, de modo a qualificar mais pessoas e assim convergir com os standards europeus.

Por outro lado, a Turquia, que até há bem pouco tempo caminhava paulatinamente no sentido de uma integração na União, afasta-se agora cada vez mais, ao ponto de colocar em causa princípios fundamentais como a liberdade e a democracia e arriscando uma guerra civil.

Na Grécia, assiste-se à perda da esperança num projeto europeu de humanismo e de fortes valores civilizacionais. No campo de refugiados de Katsikas, próximo de Ioanina, que a JS visitou há poucos dias atrás, a indefinição conquista todos os dias mais terreno à segurança da Europa enquanto espaço de fraternidade e de acolhimento dos povos. Naquele local vive-se sem se viver, pois as portas de Katsikas não têm data para encerrar definitivamente.

Perante os momentos em que o baluarte da esperança está mais longe, não se deixa de ver gestos que refletem um caminho além-fronteiras. Os socialistas sabem que, estejam onde estiverem, a Europa e o desenvolvimento global faz-se com mais liberdade, fraternidade e igualdade.

George Orwell dizia-nos: “se a liberdade tem algum significado é o direito a dizer aos outros aquilo que eles não querem ouvir”. Mesmo que a Europa não queira ouvir, a Juventude Socialista estará lá, sempre, para lhe lembrar do que significa ser livre.