“Sinais positivos” nas conversações sobre o Brexit
Falando esta manhã em Bruxelas, após uma visita à sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), o primeiro-ministro português, questionado pelos jornalistas a propósito do andamento das negociações entre a UE e o Reino Unido, mostrou-se otimista em relação a um desfecho positivo que satisfaça ambas as partes no Brexit, lembrando a este propósito os “sinais positivos” saídos da reunião de ontem, quarta-feira, entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
António Costa, que estava acompanhado neste encontro com a imprensa pelo secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, fez questão de sublinhar que as conversações que decorrem entre a UE e o Reino Unidos em volta do Brexit “nada têm a ver com a NATO”, garantindo que o Reino Unido vai continuar a pertencer à Organização do Tratado do Atlântico Norte, mantendo-se, não só como um importante aliado da NATO, mas igualmente como um estratégico parceiro nas relações comerciais com a União Europeia.
De acordo com António Costa, Portugal vê com bons olhos que as conversações entre a União Europeia e o Reino Unido estejam, ao que tudo indica, a chegar a bom porto, lembrando que a partir do próximo dia 1 de janeiro de 2021, data em que se inicia a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, o Reino Unido “deixa de gozar do chamado período de transição”, mantendo, contudo, o “acesso dos britânicos ao mercado único”.
Ainda segundo o primeiro-ministro, caso não se chegue a um acordo, o que agora nada indica que possa suceder, as relações económicas e comerciais entre ambos os lados passariam a ser regidas pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), “com a aplicação de vários controlos alfandegários e regulatórios”, designadamente com a União Europeia a impor, como mencionou, um conjunto de medidas de contingência específicas em áreas tão importantes como os transportes e as pescas.
António Costa convida Stoltenberg a visitar Portugal
Na deslocação desta manhã à sede da NATO em Bruxelas, o primeiro-ministro aproveitou a ocasião para convidar o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, a visitar Portugal e a inaugurar em Oeiras a academia de cibersegurança da Aliança, que apesar de já estar em funcionamento, como lembrou, “aguarda a visita do líder da NATO para ser oficial e devidamente inaugurada”.
O chefe do Governo português lembrou tratar-se de um equipamento fundamental que, para além de cumprir a sua missão de segurança, tem a incumbência determinante de formar e treinar nas áreas de comunicação e de sistemas de informação e ciberdefesa.
António Costa teve ainda ocasião de reafirmar o “empenho contínuo de Portugal” nas missões da NATO, lembrando as “oportunidades que se abrem para o estreitamento das relações transatlânticas”, tendo ainda mostrado preocupação sobre as tensões que se registam no mediterrâneo, destacando a importância e o papel determinante que a NATO pode assumir para ajudar a “ultrapassar o conflito” entre a Turquia e a Grécia e Chipre.