Setor da restauração começa a dar sinais positivos de retoma
Falando aos jornalistas em Campo Maior, no distrito de Portalegre, onde se encontrou com o comendador e fundador da Delta Cafés, Rui Nabeiro, o primeiro-ministro, depois de manifestar satisfação pelos “claros sinais” de retoma que se verificam no setor da restauração, uma evolução positiva, como a caracterizou, mas ainda “lenta” e com muito caminho para fazer, sustentou que apesar deste otimismo moderado é preciso “prosseguir o trabalho que está a ser desenvolvido”, dando como exemplo a Delta Cafés como um “excelente ponto de observação”, um “barómetro”, para se saber “como está a evoluir e a decorrer a retoma económica”.
Para o primeiro-ministro, o que explica e justifica que Portugal esteja hoje a experimentar uma crise económica, mas também financeira, está direta e indubitavelmente relacionada com a pandemia de Covid-19, uma crise que está a testar as capacidades e a resistência dos portugueses, como salientou, que certamente saberão de novo responder de forma positiva.
Desistir, segundo António Costa, não faz como nunca fez parte da estratégia do Governo, sendo por isso “preciso prosseguir”, sabendo que, se o setor da restauração está já a dar sinais de retoma, “devagar, mas claros”, também as restantes áreas económicas têm de seguir o exemplo, “desconfinando” e enfrentando os desafios, designadamente a nível internacional, que hoje estão colocados não só à economia portuguesa, como a todas as restantes europeias, lembrando que só o aumento do consumo doméstico não chega para que haja a necessária estabilização da economia nacional.
Quanto à reabertura das fronteiras, tema a que Campo Maior não é indiferente, o primeiro-ministro, que se reuniu com o empresário Rui Nabeiro no Centro de Ciências do Café, estrutura que foi reaberta ao público após mais de dois meses e meio encerrada, considerou que esta iniciativa da reabertura das fronteiras não só representa o retomar normal das relações económicas e sociais com o país vizinho, como se reveste de um caráter particularmente decisivo para as regiões que têm uma relação “mais intensa” com Espanha, como é o caso, entre outras, do Alto Alentejo ou mais a norte do Alto Minho.
Numa breve declaração aos jornalistas, o empresário Rui Nabeiro fez questão de referir que a Delta Cafés foi uma das empresas no país “que não recorreu ao ‘lay-off’” na sequência da pandemia, garantindo que a empresa nunca deixou de ter os requisitos necessários para “manter as condições laborais para os seus cerca de quatro mil trabalhadores”.