Coligação quer prosseguir aventura de radicalismo ideológico
Na conferência de Imprensa realizada hoje na sede nacional do Largo do Rato, o Secretário-geral do PS afirmou que o programa eleitoral da coligação Portugal à Frente tem “duas marcas: continuidade da austeridade e novas aventuras por radicalismo ideológico”, sendo a “privatização da Segurança Social o exemplo mais claro”.
António Costa explicou o que significaria em termos de rombo na Segurança Social pública para as próximas gerações e décadas o plafonamento proposto pela direita no seu programa.
O líder do PS exemplificou ainda com uma simulação de plafonamento das contribuições, como defendem PSD e CDS-PP, na qual se verifica que, caso se abranja os trabalhadores que ganhem mais de 2500 euros, tratar-se-á somente de 5% da população ativa, com um “rombo total da receita de 13%”.
Mas, continuou, se o exercício for feito para os salários de 2000 euros, o universo será de 8% de contribuintes, com um impacto de menos 17% em termos de receitas.
António Costa considerou por isso que esta medida “é uma aventura para a sustentabilidade da Segurança Social mas é também uma aventura para aqueles a quem se vende a ilusão que vão poupar não contribuindo para a Segurança pública, já que terão de poupar para fundos privados”.
E neste aspeto dos fundos privados “a aventura” da direita é ainda maior, porque os fundos privados que passariam a gerir as poupanças das famílias podem ter o destino que tragicamente tiveram desde a falência da Lehman Brothers ou ao que aconteceu no BES.
Por isso, sublinhou, “este é um exemplo do aventureirismo da direita motivado exclusivamente pelo seu radicalismo ideológico”.