Romper com a austeridade sem romper com o euro
É possível, necessário e urgente “fazer mais do que o atual Governo”, garantiu o Secretário-geral do PS assegurando, perante uma sala cheia de apoiantes, que há alternativa à política do Governo PSD/CDS-PP.
Para António Costa, ao contrário do que o Governo tem vindo a defender, de que é preciso prosseguir com as políticas de austeridade para que o país se mantenha na moeda única, ou, segundo a tese da esquerda radical, que só rompendo com o euro Portugal poderá abandonar a austeridade, a “nossa alternativa passa por nos mantermos no euro rompendo com a austeridade”.
Lembrou que o PS foi sério e consistente ao ter resistido a fazer promessas antes de ter tornado público o cenário macroeconómico e a proposta “Uma década para Portugal”, documento estratégico que António Costa classifica como determinante para se compreender o pensamento e a estratégia do PS face aos problemas do país, criticando o Governo por ter falhado, em contrapartida, “toda as promessas e compromissos que assumiu com os portugueses depois das eleições de 2011”.
A este propósito recordou as promessas da direita anunciadas em 2011ao país, designadamente que o PIB este ano estaria sete pontos percentuais acima do valor atual, que a dívida estaria em 2015 nos 100%, e não nos actuais 130%, que o défice das contas públicas rondaria 0,5% e não nos 2,7% como indicam as previsões, até do próprio Governo para este ano, e que 300 mil novos postos de trabalho teriam sido encontrados, número que está muito longe de ter sido alcançado.
Na oportunidade, o líder socialista criticou ainda o Governo do PSD/CDS-PP por ter anunciado um novo corte nas pensões no valor de 600 milhões de euros e apostar no prolongamento dos cortes nos salários dos funcionários públicos até 2019.
Para António Costa, medidas como estas não poderão ter outro significado ou outra interpretação que não seja a de que o Governo “não só não aprendeu nada com os erros”, como não “tem nada tem de novo a dizer aos portugueses”.
E perante as medidas anunciadas pelos partidos da maioria, com mais “cortes nos salários dos trabalhadores do sector público, cortes nas pensões e aumento da carga fiscal”, ou seja, mais do mesmo em relação às políticas que têm vindo a ser insistentemente prosseguidas desde há quatro anos, o Secretário-geral do PS reafirmou que a única solução que se oferece ao país é “trocar de Governo e de políticas para que Portugal mude”.