Resultados do combate aos incêndios são positivos
O secretário de Estado referiu que dos “6035 incêndios ocorridos este ano, apenas dois passaram da fase inicial para uma fase mais ampliada”, salientando que este ano existe “mais conhecimento e reforço de meios, nomeadamente terrestres e aéreos”, salientou o governante na conferência de imprensa da Autoridade Nacional de Proteção Civil, realizada ontem, em Oeiras.
Os dados da ANPC indicam que, entre 1 de janeiro e 15 de julho de 2018, foram registados 6035 incêndios, ou seja: menos 2624 do que no mesmo período de 2017. Trata-se do quarto valor mais baixo nos últimos dez anos.
Relativamente a área ardida, os registos revelam que arderam 5327 hectares, o que constitui, também, o quarto valor mais baixo desde 2008, e significa uma grande diminuição face a 2017, onde arderam 74895 hectares.
Estes resultados são o reflexo do trabalho que tem vindo a ser realizado pela ANPC e, também, pelos municípios, nomeadamente ao nível da “limpeza dos terrenos e de todos os meios que estão disponíveis para as populações”, referiu o comandante operacional nacional da ANPC, Duarte Costa.
Meios reforçados de junho a outubro
Na conferencia de imprensa foi sublinhado que o maior reforço de meios acontece nos meses de junho e outubro, precisamente no período em que se registaram os maiores incêndios de 2017. Todavia, é o período de julho a setembro que mobiliza o maior dispositivo, visto ser tida como a fase mais crítica de incêndios.
O dispositivo para os meses de julho, agosto e setembro, conta com 10767 operacionais e 2463 veículos dos vários agentes presentes no terreno e, ainda, com 55 meios aéreos.
Em relação a 2017, o dispositivo de combate a incêndios mobiliza mais 1027 operacionais, 398 viaturas e 7 aparelhos aeronáuticos.
“Há uma nova atitude” no combate aos incêndios
Recorde-se que o Primeiro-ministro, António Costa, na última sexta-feira, entregou 36 novos veículos ligeiros de combate a incêndios, o que permitiu reforçar os meios do dispositivo da Proteção Civil.
As viaturas entregues fazem parte do lote de 124 viaturas (ligeiras e pesadas) de combate aos fogos florestais, que representam um investimento global de 7,5 milhões de euros.
Antes, no início do mês, no âmbito da apresentação do balanço das medidas de prevenção e combate aos incêndios, António Costa considerou que Portugal tem “mais e melhores meios” e “melhores condições” do que no ano passado no que respeita à prevenção e combate aos fogos, mas, sobretudo, existe hoje “uma nova atitude” do país perante a problemática dos incêndios, com “maior interação entre prevenção e combate” e um “esforço muito grande na qualificação e na profissionalização”, afirmou o líder socialista.
António Costa apelou aos cidadãos para continuarem a proceder à limpeza dos terrenos, pois, “quanto mais se deixar de limpar, mais fica para arder”, considerou o chefe do Governo.