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Respostas de Passos Coelho não satisfazem

Respostas de Passos Coelho não satisfazem

A questão da dívida do primeiro-ministro à Segurança Social levanta a dúvida se Passos Coelho tem autoridade moral e política para impor e exigir o cumprimento dos deveres aos portugueses.

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Respostas de Passos Coelho não satisfazem

O PS considera que o conjunto de respostas dadas pelo primeiro-ministro sobre o pagamento das suas dívidas à Segurança Social revela um comportamento “incompreensível e inaceitável” que deverá ser penalizado pelos portugueses nas eleições.

Para o vice-presidente da bancada parlamentar do PS, Vieira da Silva, as respostas revelam um comportamento incompreensível por parte de Passos Coelho, mostrando a convicção de que serão os portugueses a “demitir este primeiro-ministro nas próximas eleições legislativas”.

O PS quer que a Assembleia da República esclareça toda a verdade sobre os anos em que Passos Coelho não cumpriu com as suas obrigações para com a Segurança Social, tendo para o efeito anunciado que vai pedir à Comissão Parlamentar de Trabalho que ajude a esclarecer, nessa sede e em detalhe, o percurso do primeiro-ministro perante a Segurança Social.

As respostas que entretanto Passos Coelho deu às perguntas formuladas pelo PS mereceram da parte dos socialistas uma profunda contestação e incredibilidade alegando o PS que nada dizem em relação ao que o primeiro-ministro fez, mas apenas aquilo que a Segurança Social diz sobre a sua relação com a instituição.

Passos Coelho confirma que durante um período prolongado teve um tempo de incumprimento de obrigações perante o sistema da Segurança Social, mas deixa também muitas perguntas por esclarecer, alegando o PS que não se percebe a origem exata dos valores que estavam em dívida.

Também António Costa critica todo este processo que envolve o primeiro-ministro, acusando-o de não dar explicações claras aos portugueses, recusando-se a responder de formas clara às questões colocadas pelo PS e preferindo esconder-se atrás das instituições, “usando e abusando” da imunidade política que o Presidente da República lhe deu.

Como salientou no Parlamento a deputada socialista Ana Catarina Mendes não é aceitável que uma pessoa com as responsabilidades do primeiro-ministro tenha “dois pesos e duas medidas”, exigindo aos outros um “rigor no cumprimento das obrigações contributivas que não exige a si próprio”.

Sobretudo num momento de “martírio” fiscal sobre os portugueses e em que esta maioria, este Governo e este primeiro-ministro “se têm mostrado absolutamente insensíveis aos dramas de tantos portugueses relativamente ao incumprimento das suas obrigações”.

Palavras do PR são “infelizes”

As declarações de Cavaco Silva a propósito da dívida de Passos Coelho à Segurança Social são para António Costa, “infelizes” ao tentar desviar para a oposição as responsabilidades que cabem em exclusivo ao primeiro-ministro.

Foram palavras muito infelizes, disse o líder do PS, considerando que o Presidente da República acabou na sua intervenção “não só por justificar a atuação de Passos Coelho como acabou por culpar os outros”.

Para António as respostas vazias de conteúdo e inadequadas dadas pelo primeiro-ministro são “um mau caminho” e “minam a credibilidade das instituições”.