Resolução do Banif é o preço a pagar por três anos de inação
Mário Centeno falava na discussão na generalidade da proposta de Orçamento Retificativo do Governo para permitir a resolução do Banif e a venda do banco ao Santander Totta.
“É o preço a pagar por em três semanas o atual Governo ter de resolver aquilo que o XIX Governo Constitucional não fez em três anos. Ainda assim, é um preço menor”, disse o ministro das Finanças.
Na sua intervenção, Mário Centeno sublinhou que a proposta do Santander pelo Banif era a que melhor salvaguardava o “sistema financeiro” e protegia o “dinheiro dos contribuintes”, assim como garantia a manutenção dos postos de trabalho.
O ministro das Finanças adiantou que apenas duas propostas de compra “cumpriam os critérios de venda estipulados”, a do Santander e do Popular.
A venda foi uma “decisão difícil” sobretudo pelas “condições” em que ocorreu, disse, acrescentando que “vender um banco em contexto de resolução em 24 horas não é uma tarefa fácil”.
Por outro lado, Mário Centeno fez questão de deixar bem claro que o processo do Banif será o último em que o atual Governo usará dinheiro público na resolução de um problema do sector da banca em Portugal.
“Posso afirmar que é propósito deste Governo não utilizar mais dinheiro público na solução da banca em Portugal”, disse.
Mário Centeno salientou neste contexto que o Governo “faz uma leitura de inação” do anterior Executivo PSD/CDS no “quadro do programa de ajustamento” da troica no que respeita à intervenção no setor financeiro.
“Este Governo já anunciou que irá avançar com uma proposta de alteração da arquitetura de supervisão e de resolução bancária, diploma que em breve será apresentado”, acrescentou.