Reorientação dos ‘vistos gold’ vai reforçar o investimento produtivo no interior
Para o líder socialista, não é verdade que o Governo queira acabar com o Regime das Autorizações de Residência para Investimento, mais conhecido como ‘vistos gold’, contrapondo que a proposta que está em cima da mesa para 2020 passa por uma revisão do regime, de modo a que futuramente os investimentos deixem de ser dirigidos quase em exclusivo ao mercado imobiliário das duas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto e passem a privilegiar a promoção do investimento em outras atividades económicas localizadas nas regiões de baixa densidade.
António Costa falava no encerramento das Jornadas Parlamentares do PS, que decorreram esta segunda e terça-feira em Setúbal, assumindo na ocasião a defesa da proposta apresentada no parlamento pela bancada socialista de alteração ao Orçamento do Estado para acabar com a prática quase exclusiva dos investimentos dos ‘vistos gold’ no imobiliário nas duas áreas metropolitanas, sustentando que as propostas do Governo incluídas no OE2020 para o setor da habitação “só muito dificilmente” estariam completas se não houvesse uma “reorganização” sobre a matéria.
Para que fique claro, salientou o líder socialista e primeiro-ministro, “não estamos a proibir os ‘vistos gold’, mas a “reorientar o seu investimento” para que passem a “reforçar o investimento produtivo”, designadamente, como referiu, em atividades de investigação científica, na requalificação urbana e na valorização do património imobiliário ou, ainda, na criação de emprego ou nas atividades de “alto valor ambiental ou social”.
Um investimento que o primeiro-ministro assumiu já não ser, “felizmente, necessário” encaminhar para o centro das maiores cidades, mas que continua a ser muito importante dirigir para as “regiões autónomas ou para os territórios de baixa densidade”.
António Costa deixou ainda a garantia de que todos aqueles que já obtiveram um ‘visto gold’ “não o perderão”, lembrando, contudo, que a partir de agora os que o pretendam obter, sendo “todos bem-vindos”, terão de dirigir os seus investimentos “para onde é necessário”.