Regresso das competições desportivas estará dependente dos critérios técnicos de saúde
Esta a mensagem deixada por António Costa, após ter recebido na residência oficial de São Bento os presidentes da Federação Portuguesa de Futebol e da Liga Portuguesa de Futebol Profissional e os líderes dos três maiores clubes nacionais, Sporting, Benfica e FC Porto.
Segundo António Costa, a reunião decorreu de forma “franca e aberta” tendo sido “analisadas ao pormenor” as condições para uma eventual reabertura dos campeonatos profissionais de futebol, reafirmando o primeiro-ministro que a retoma das competições, quando for decidida, terá de “ser sustentada em fundamentos técnicos de saúde”, reafirmando que ninguém tem o direito de colocar em causa a saúde “dos atletas ou dos adeptos”.
Reconhecendo a importância que o futebol tem na sociedade portuguesa e o seu impacto económico “muito relevante” para a indústria, para além da vontade que “todos temos de voltar a assistir ao vivo a um jogo de futebol e de vibrarmos com os golos”, tal não deve instigar, segundo o primeiro-ministro, que se tome a decisão de retomar as competições de “forma emocional ou por um impulso”, voltando a salientar que a prioridade do Governo “é a saúde pública, face à Covid-19”.
Governo reconhece importância da indústria do futebol
Nesta reunião, que durou cerca de uma hora e meia, estiveram presentes pela parte do Governo, para além do primeiro-ministro, o ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, e os secretários de Estado da Saúde e do Desporto, respetivamente António Lacerda Sales e João Paulo Rebelo, tendo o secretário de Estado do Desporto informado que haverá “novidades mais concretas” sobre a eventual retoma dos campeonatos profissionais de futebol na próxima quinta-feita, dia de Conselho de Ministros, no qual serão anunciadas “uma série de medidas” a propósito do levantamento de restrições no país, pelo que o desporto, acrescentou, “não podia ser deixado para trás”.
E isto, como acrescentou o secretário de Estado, João Paulo Rebelo, se não “queremos nem podemos deixar colapsar a indústria de uma forma geral”, e para isso, como acrescentou, o Governo tem já em andamento um conjunto vasto de iniciativas, seria impensável, como também assinalou, que “deixássemos a indústria do futebol para trás e à margem desta recuperação”.
Soluções para minimizar prejuízos no setor dos festivais de música
O primeiro-ministro deixou, igualmente, uma palavra aos empresários e promotores de festivais de música, depois de os ter também recebido na residência oficial de São Bento, dando-lhes garantia de que o Governo vai procurar em conjunto com os empresários e promotores de festivais de música “encontrar as soluções que minimizem os prejuízos” deste setor por causa da pandemia de Covid-19, reafirmando que todos “partilhamos a mesma ansiedade de regresso à normalidade”.
Uma normalidade que segundo António Costa não pode ser retomada a qualquer preço, lembrando que esses dias só voltarão “quando tivermos uma vacina ou um tratamento para o Covid-19”.