Reformas para o combate aos incêndios precisam de consenso político
“Nesta fase é necessário dar prioridade à reforma da floresta portuguesa, à reestruturação dos sistemas de prevenção e combate aos incêndios florestais, e das estruturas de proteção e socorro como base essencial para evitar mais tragédias”, sustentou o deputado durante o debate quinzenal no Parlamento com a presença do primeiro-ministro.
Segundo o socialista, já são visíveis as medidas tomadas pelo Executivo com o objetivo de fixar as pessoas no interior do país com segurança, estando outras medidas a ser preparadas através da nova Unidade de Missão para os Incêndios Rurais. No domínio da prevenção estrutural, o Governo pretende avançar com a promoção de um novo modelo de gestão e exploração do mosaico florestal, a realização do cadastro, a gestão das faixas de combustíveis e a criação de novas equipas de sapadores florestais.
Quanto à prevenção operacional, vão ser reforçadas as missões de patrulhamento da GNR, das Forças Armadas e dos sapadores florestais durante os períodos críticos. Relativamente ao combate, vai haver um aumento significativo do número de Equipas de Intervenção Permanente nas Associações de Bombeiros, o reforço dos Grupos de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR, a reposição e reforço de equipamentos e viaturas, e um envolvimento mais efetivo das Forças Armadas.
“Afinal, com a tragédia do verão passado, verificou-se que as reformas feitas na última década foram insuficientes e que Portugal não dispunha dos mecanismos certos para responder a circunstâncias tão extremas”, constatou.
Governo atuou desde a primeira hora
José Miguel Medeiros não deixou de enaltecer a atitude do Governo durante todo o flagelo. Sublinhou que, como deputado eleito por Leiria e como cidadão da região, acompanhou de perto os incêndios que, em junho, atingiram a zona do Pinhal Interior. “Pude, por isso, acompanhar a forma diligente como o primeiro-ministro e o Governo atuaram, desde a primeira hora, estando onde deviam estar e a fazer o que era preciso, naquelas difíceis circunstâncias”, disse.
“O Parlamento, justiça se faça, também esteve no terreno e percebeu que aquele era, sobretudo, o tempo de acudir àquelas gentes e territórios, o tempo da ação e da resposta à catástrofe”, salientou. José Miguel Medeiros lembrou que foi aprovada na Assembleia da República a criação de uma Comissão Técnica Independente, “que, em pouco mais de dois meses, produziu um relatório aprovado por unanimidade e cujas recomendações constituíram a base de um conjunto de medidas estruturais que o Governo tomou”.
O deputado do PS destacou ainda que o processo de indemnizações às vítimas “está a decorrer com uma celeridade nunca vista em Portugal, que os apoios sociais estão a chegar às populações e que muitas unidades empresariais já recomeçaram a laborar”.