Reforma dos cuidados primários é a base futura do SNS
Na intervenção que ontem proferiu na cerimónia de inauguração da Unidade de Saúde Familiar (USF) Beira Tejo, em Rossio ao Sul do Tejo, freguesia do concelho de Abrantes, distrito de Santarém, o primeiro-ministro, que estava acompanhado pelo ministra da Saúde, Marta Temido, manifestou satisfação por estar a testemunhar um pouco por todo o país o que considerou serem os bons exemplos de como “tem valido a pena” acompanhar o esforço da recuperação económica do país, uma recuperação que, na opinião de António Costa, é já bem visível, designadamente, na área da saúde, como consequência do significativo “aumento da capacidade orçamental” do setor.
Com efeito, e segundo o chefe do Governo, tem sido grande o esforço feito ao longo desta legislatura para “progressivamente repor no SNS mais de 1300 milhões de euros de capacidade de financiamento”, lembrando a propósito e como exemplos os concursos que estão a ser abertos para aquisição de novos equipamentos para o Hospital de Santarém, como “a nova ressonância magnética ou as obras em curso para um novo bloco operatório e uma nova sala para partos”.
Ainda em relação à unidade de saúde de Santarém, António Costa lembrou as “obras já concluídas” do serviço de medicina física e de reabilitação sem esquecer, como também assinalou, o “projeto de medicina hospitalar domiciliária”, que o primeiro-ministro garantiu que será desenvolvido pelo “Agrupamento de Centros de Saúde do Médio Tejo”.
Estas e outras intervenções, que estão a ser feitas ou já concretizadas um pouco por todo o país, são, segundo o primeiro-ministro, exemplos de que é preciso dar continuidade ao significativo esforço que o Governo tem vindo a fazer nesta legislatura para recuperar os padrões de qualidade já alcançados anteriormente pelo SNS, continuando “a investir, num esforço que tem de ser articulado nas suas diferentes dimensões”.
Passos positivos na consolidação do SNS
Nesta cerimónia, o primeiro-ministro voltou a referir os passos positivos que têm sido dados nesta legislatura na consolidação do SNS, lembrando a propósito, para além da “preocupação de melhorar as condições de carreira e de trabalho” dos profissionais de saúde, a contratação de mais pessoal, cerca de mais 9 mil profissionais desde que assumiu responsabilidades governativas, com espacial relevo para os mais de 1200 médicos de família que entraram no conjunto do país.
Como nada acontece por acaso, como também referiu, a entrada no SNS destes médicos a nível nacional e nestes últimos três anos só foi possível, como referiu, por um lado, “graças à formação que lhes foi ministrada” e, por outro lado, pela “abertura dos concursos necessários”, que se traduzem hoje, a nível nacional e nestes três últimos anos, “numa redução efetiva de 14% dos utentes que não tinham médico de família para os atuais 7%”.
Esta nova e moderna USF Beira Tejo vem substituir o antigo centro de saúde que funcionava em instalações precárias e sem condições, oferece capacidade para atender cinco mil utentes e representou, por parte da autarquia de Abrantes em colaboração com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, um investimento de perto de 300 mil euros.
Para o primeiro-ministro, o esforço de investimento que o país está a fazer, que hoje é visível em praticamente todas as áreas, e também na área da saúde, só tem sido possível pelo facto de o Governo ter encetado um conjunto de políticas que têm levado ao “saneamento das contas públicas”, permitindo que “cada vez menos recursos sejam alocados ao serviço da dívida, e cada vez mais esses recursos possam ser destinados àquilo que é necessário”.
António Costa apontou como exemplos do resultado deste esforço a contratação de pessoal, a melhoria das condições de carreira e de trabalho, também dos profissionais do SNS, a melhoria de equipamentos e instalações e o “menor custo que os cidadãos pagam pelos serviços”.