Reforma dos cuidados primários com mais médicos de família
Adalberto Campos Fernandes informou que estão a ser criadas condições para ter mais médicos nos centros de saúde, recusando cair “na tentação comum aos governos de anunciar médico de família para todos os utentes”, até porque, sublinhou, “para suprir as necessidades de todos seriam precisos mais 616 médicos de medicina geral e familiar”.
Na apresentação do Plano Estratégico da Reforma dos Cuidados de Saúde Primários foi também apresentada uma ferramenta on-line com o mapa dos recursos humanos nos centros de saúde, mostrando que há um milhão de utentes inscritos sem médico de família.
Refira-se que, no intuito de aumentar o número de profissionais de saúde geral e familiar, o Governo liderado por António Costa aprovou a possibilidade de regresso de médicos aposentados ao SNS, e pretende tornar mais rápido o processo de contratação de jovens médicos.
A este propósito, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, afirmou que os ministérios da Saúde e das Finanças estão a estudar a alteração aos concursos para colocação de médicos recém-especialistas, de forma a ter concurso centralizado a nível nacional e que dispense entrevista, passando a contratação dos novos médicos a ser feita mediante a nota de exame.
O objetivo é “tornar o processo mais transparente e rápido, permitindo que, um mês depois de acabarem a especialidade, os novos médicos especialistas possam estar a trabalhar nos centros de saúde onde são precisos, disse Fernando Araújo em declarações à Imprensa.
Presentemente, há cerca de 300 médicos prestes a terminar a especialidade, aptos a entrar no SNS, caso o desejem.
Assim, o secretário de Estado deixou claro que a tutela vai “tentar cativá-los e sensibilizá-los” a ficar no SNS.
“Se o projeto os motivar, eles próprios quererão. Tenho grande confiança de que vão ficar”, afirmou Fernando Araújo.