Reforma da Proteção Civil exige envolvimento de todos
O primeiro-ministro defendeu este fim-de-semana, no 43º Congresso Nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses, que teve lugar em Fafe, no distrito de Braga, que o país, ao contrário de que alguns advogam, “não tem gente a mais”, e que “todos são necessários” quando se trata de prevenir e de combater os fogos florestais, sustentando contudo que “há uns que são indispensáveis em todas as ações”, referindo-se António Costa aos bombeiros portugueses.
Dizendo compreender que nem sempre “todos possam estar de acordo com tudo”, o primeiro-ministro referiu que a reforma do sistema de prevenção e combate aos incêndios, que urge fazer em Portugal, tem de avançar “onde haja capacidade de unir e não de dividir”, assinalando que ao Governo compete, com “sentido de unidade nacional”, procurar converter o pensamento académico em “medidas de política e em resultados”.
Reforçar o papel dos bombeiros
Para António Costa, a reforma da proteção civil, entre outras iniciativas, deverá contemplar o “reforço do papel” dos bombeiros voluntários, valorizando o “contributo ímpar que o voluntariado oferece”, não deixando igualmente, como sustentou, de reforçar as equipas de intervenção permanente por forma a melhor poder “responder a um território com um povoamento disperso, e cada vez mais envelhecido”.
Depois de apelar a que todos os agentes da proteção civil, “incluindo os bombeiros”, façam um “esforço de maior capacitação”, sendo esta também, como defendeu, uma forma de “valorizar o seu próprio contributo”, António Costa observou que a Liga será um “parceiro fundamental” para, em diálogo, se fazer a reforma da proteção civil, reafirmando que o país “não pode nem deve” desperdiçar esta “riqueza única” que são os bombeiros voluntários portugueses.
Desafio que mobiliza a todos
Também o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, referiu o papel decisivo dos bombeiros voluntários como uma “peça fundamental” na reforma da Proteção Civil, com os quais, afirmou, pretende contar como participantes ativos “num desafio que nos mobilizará a todos”.
Para o ministro, não faz qualquer sentido excluir os bombeiros voluntários da discussão da reforma estrutural da Proteção Civil, insistindo que “ninguém compreenderia que houvesse qualquer tipo de divisões” em cima da “tragédia com as dimensões que Portugal viveu”.
Eduardo Cabrita insistiu que a construção de “um novo tempo” exige, por um lado, o assumir de plenas responsabilidades na definição dos caminhos por parte do Governo, mas que, por outro lado, não se deve também negligenciar o conhecimento “teórico e do terreno” por parte dos bombeiros, sustentando que a prevenção deve constituir uma “atividade permanente” que mobilize todos os portugueses.