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Reforma da floresta tem de avançar rapidamente

Reforma da floresta tem de avançar rapidamente

O forte investimento que o Governo está a fazer nas diversas vertentes de combate aos incêndios florestais impõe que sejam “acompanhados pela reforma estrutural da floresta”, defendeu o primeiro-ministro numa cerimónia que ontem decorreu em Lisboa, onde António Costa condecorou o Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro da GNR.

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Intervindo numa cerimónia na Praça do Comércio, em Lisboa, perante o Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da Guarda Nacional Republicana (GNR), corpo por si criado em 2006 enquanto ministro da Administração Interna, António Costa, depois de alertar que o país dificilmente deixará de estar a curto e médio prazo “exposto a fenómenos climatéricos extremos”, lembrou que o “tempo político esgotou-se”, o que em sua opinião significa que os investimentos em curso no combate aos incêndios florestais têm que ser, o mais rápido possível, “acompanhados pela reforma estrutural da floresta”, sustentando que as condições naturais que o país enfrenta “agravam a ameaça” de novos fogos florestais.

E isto, como observou, porque a floresta portuguesa “está mais desordenada” do que estava há 11 anos, os dois anos de seca severa que o país tem enfrentado “tornaram os combustíveis mais perigosos” ao mesmo tempo, como realçou, o processo de alterações climática expõe Portugal, tal como os restantes países, necessariamente, a “fenómenos meteorológicos extremos”, como os registados a 17 de junho e 15 de outubro deste ano.

Um quadro que António Costa justifica que deve ser encarado “intervindo em todas as componentes do sistema de defesa e prevenção”, reafirmando que o compromisso do Governo vai no sentido, não só de “aumentar o número de efetivos dos sapadores florestais”, como o de assegurar o reforço e a “capacitação dos bombeiros voluntários”.

O primeiro-ministro disse ainda esperar que as Forças Armadas se juntem também a este esforço nacional, transmitindo contudo a ideia de que não se pode de novo “cair no erro de investir nos meios de combate e descurar a reforma da floresta”, ou seja, como acrescentou, “não podemos voltar a fazer o mesmo, de andar com uma perna a um ritmo superior à outra”.

Evitar cair no mesmo erro, lembrou o primeiro-ministro, passa antes, por reforçar e aprofundar algumas das medidas que já estão no terreno, designadamente o projeto piloto do cadastro, que dispõe de um quadro legislativo que permite reforçar a atuação das autarquias, sobretudo daquelas que estão nas zonas de intervenção florestal, ao mesmo tempo que se deve avançar com a criação de “entidades de gestão florestal” para que possam existir “áreas economicamente viáveis na floresta”.

Ameaça à segurança

Para o primeiro-ministro, a atual estrutura da floresta portuguesa constitui “uma ameaça à segurança”, sendo que a solução para atenuar o problema dos fogos florestais terá de passar, como defendeu, pela “revitalização e reordenamento da floresta”, lembrando que a reforma que foi feita há 11 anos no sistema de proteção civil visou apenas “comprar tempo” para que se pudesse concluir a reforma da floresta e se “desenvolvesse o interior do país”.

Estar a prometer ao país resultados imediatos, disse António Costa, é estar a “iludir os portugueses” quanto à capacidade de resolver no curto prazo um problema estrutural, é estar a “criar uma ilusão” que tem “risco elevado” e que custará seguramente “vidas se tal risco não for acautelado”.

Esta cerimónia de condecoração dos GIPS da GNR, para além do primeiro-ministro, António Costa, contou ainda com a presença dos ministros da Justiça, Francisca Van Dunem, da Administração Interna, Eduardo Cabrita, do comandante geral da GNR, tenente-General Manuel Mateus Costa e Silva, e da secretária-geral do Sistema de Segurança Interna, Helena Fazenda.