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Redução dos passes sociais foi medida poderosa para aumentar o uso do transporte público

Redução dos passes sociais foi medida poderosa para aumentar o uso do transporte público

O primeiro-ministro enalteceu ontem, durante o debate quinzenal na Assembleia da República, o trabalho que o Governo tem vindo a desenvolver no setor dos transportes públicos desde o “inicio da legislatura”, lembrando as batalhas que travou contra as privatizações da Carris, do Metro de Lisboa ou dos STCP.

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Redução dos passes sociais foi medida poderosa para aumentar o uso do transporte público

Para o líder do Executivo, foi a recente decisão de reduzir substancialmente o preço dos passes sociais que mais está a contribuir para o exponencial aumento do uso dos transportes públicos nos últimos dois meses em todo o país, medida que segundo António Costa está também a ajudar a “combater o excesso de emissões de CO2, a contribuir para a descarbonização da economia e a enfrentar as alterações climáticas”.

A propósito de algumas críticas que apontam para que o efeito da redução do preço dos passes sociais apenas tenha tido consequências positivas nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, António Costa desmentiu esta tese, lembrando que a medida foi já estendida a “todas as comunidades intermunicipais na modalidade que cada uma delas decidiu”, acentuando que “quem baixou o preço dos passes sociais foram as duas áreas metropolitanas e as comunidades intermunicipais”.

Mas esta batalha, como lhe chamou o primeiro-ministro, pela modernização e pela posse por parte do Estado do setor dos transportes públicos não começou há apenas meia dúzia de meses, com a aprovação da redução do preço dos passes sociais, mas logo no “início da legislatura”, lembrando a propósito António Costa a luta que o Governo empreendeu contra a privatização da Carris, do Metro de Lisboa ou dos STCP, que permitiu depois avançar para a “descentralização de competência para as duas áreas metropolitanas” e com medidas de “curto, médio e de longo prazo” para o setor.

Dentro das medidas de longo prazo, o primeiro-ministro destacou a aquisição de novas composições para a CP e metros de Lisboa e Porto, e de 700 novos autocarros para os sistemas municipais de transportes coletivos de todo o país, para além da abertura do concurso para compra de novos navios para a Transtejo, enquanto as medidas de médio prazo preveem a “encomenda de 22 novas composições para os comboios regionais da CP e a contratação de novos funcionários para a EMEF” de forma a repor, como salientou, a “capacidade de manutenção e recuperação das dezenas de composições que estão imobilizadas por não terem manutenção”.

Entre as medidas de curto prazo, António Costa referiu, no âmbito do Metro de Lisboa, a reparação de 30 carruagens “que estavam paradas por falta de manutenção e que hoje estão a todas a circular” e a reparação dos sistemas de segurança que está a permitir que o Metro de Lisboa tivesse retomado a velocidade aconselhável de 60Km/h, “aumentando assim em 5% a sua capacidade de transporte”.

Também os navios da Transtejo e da Soflusa, que ligam as duas margens do Tejo, foram objeto de reparações e de ações de modernização, o que permite, como lembrou António Costa, que a “Soflusa tenha hoje um navio de reserva e a Transtejo dois”, arrogando que as recentes quebras de serviço resultaram não da falta de navios, mas “de uma greve dos mestres das embarcações”.

Procura aumentou

Para o primeiro-ministro, trata-se de uma discussão estéril e sem grande sentido estar a tentar comparar, também a nível dos transportes públicos, o período entre 2011 e 2015 e daí até aos dias de hoje.

Com efeito, e segundo o chefe do Governo revelou ontem no Parlamento durante o debate quinzenal, entre 2011 e 2015, os passageiros dos transportes públicos “diminuíram 10%, a oferta baixou 14% e os recursos humanos também diminuíram 12%”.

Cenário oposto é o que se verifica, contudo, desde 2015, já com o atual Governo do PS, com os números a indicarem um aumento assinalável de passageiros nos transportes públicos, em cerca de 13%, com a oferta a subir perto de 10% e os recursos humanos também a aumentarem 5%, dados que vêm confirmar, ainda segundo António Costa, que na área metropolitana de Lisboa, designadamente, e graças à “melhoria das condições de acessibilidade”, tivesse havido um aumento de 167 mil novos passageiros.

Quanto às críticas que se vão ouvindo dirigidas à CP, o primeiro-ministro fez questão de desmontar o que considerou ser, sobretudo, falta de informação, lembrando que o índice de regularidade desde o início de 2019 “é de 99,5%”, o que significa que num total de 35.968 comboios que deveriam ter circulado desde o início do ano, “houve a supressão de 185”, o que obviamente, como reconheceu, para o cidadão “que ia apanhar um comboio que foi suprimido é um drama”, mas, para o conjunto do programa estabelecido de circulação de todas as composições, trata-se manifestamente de um número reduzido que não justifica o alarido mediático que tem sido amplificado.

Em relação ao serviço ferroviário na linha de Cascais, o primeiro-ministro garantiu ainda que a reprogramação do Portugal 2020, que o Governo negociou com a Comissão Europeia, vai permitir renovar o material circulante e “melhorar a qualidade do serviço” prestado aos milhares de utentes daquela linha.