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Recuperação do país exige da esquerda capacidade de compromisso

Recuperação do país exige da esquerda capacidade de compromisso

Seria “incompreensível” que o próximo Orçamento de Estado para 2021 não resultasse de um “entendimento à esquerda”, defendeu o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares na jornada de trabalho do Grupo Parlamentar socialista, que ontem se realizou em Lisboa.

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Recuperação do país exige da esquerda capacidade de compromisso

Numa altura em que o país passa por uma situação tão complicada, quer do ponto de vista económico, quer sobretudo social, seria “incompreensível” que os partidos à esquerda do PS não fossem capazes de encontrar os “compromissos políticos” necessários com o Governo que permitam encontrar os pontos de convergência para a aprovação do Orçamento do Estado (OE) para 20121, defendeu Duarte Cordeiro,

Intervindo na jornada de trabalho do Grupo Parlamentar socialista, que ontem se realizou no Centro Cultural de Belém, o governante lembrou que uma eventual ausência de entendimento à esquerda tendo em vista a aprovação do próximo OE, cenário que o Governo, como garantiu, tudo fará para que não aconteça, poderia, tal como defendeu o primeiro-ministro, acrescentar uma “crise política a uma crise económica e social”.

Depois de lembrar que o Governo se comprometeu a entregar o OE na Assembleia da República no próximo dia 12 de outubro, um documento que segundo Duarte Cordeiro assume, mais do que nunca, um “papel determinante” na resposta à crise social, mas também na “aplicação dos instrumentos disponíveis para controlar a pandemia e recuperar o país”, o secretário de Estado e líder da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS voltou a lembrar que o momento difícil que o país atravessa, “exige da esquerda” um compromisso político sério que permita encontrar os necessários “pontos de convergência”, assumindo que os portugueses esperam que a esquerda tenha mais uma vez essa capacidade de entendimento.

Para Duarte Cordeiro, se antes estes entendimentos à esquerda foram precisos e alcançados, agora “são mais precisos do que nunca”, reafirmando que o Governo e o PS estão disponíveis para dar os passos necessários na aproximação e na convergência em matérias tão diversas e relevantes, como assinalou, como a “preservação do emprego e dos rendimentos, no combate à precariedade, na valorização dos serviços públicos e no investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS), seja em equipamentos ou em recursos humanos”, mas também no aumento ou na criação de prestações sociais para “responder a quem não tem apoios, tal como já foi feito no período do estado de emergência”.

Duarte Cordeiro referiu-se ainda às medidas para melhorar o abono de família, o reforço das creches e de mais investimentos nos transportes públicos, em particular, como realçou, na ferrovia, voltando a manifestar que da parte do Governo existe “total disponibilidade e vontade” para trabalhar com os restantes partidos à esquerda e em “muitos outros domínios”.